Com o objetivo de levar melhorias para a vida sofrida de pequenos agricultores sertanejos, um projeto de extensão da Universidade Federal de Alagoas relativo ao cultivo de alimentos através da hidroponia, está sendo desenvolvido na comunidade de Lages, localizada no município de Santana do Ipanema, sertão de Alagoas.
Em março deste ano, foi construída uma Estação Experimental que realiza o cultivo da alface na comunidade. Desenvolvido pelo bolsista Rafael Monteiro e orientado por José Paulo Vieira, professor do curso de Agronomia da Ufal, o projeto experimental tem sido financiado pela prefeitura de Santana do Ipanema e pretende beneficiar mais de 100 famílias cadastradas na associação dos pequenos agricultores desta comunidade.
A técnica da hidroponia corresponde ao cultivo de plantas sem a utilização de solo, o substrato é a água contendo os nutrientes de que a planta necessita. No sertão, o clima é quente, seco e há escassez de água. Com a hidroponia, o agricultor poderá produzir durante o ano todo sem preocupação com a falta de chuva. A grande vantagem deste cultivo é a economia de água numa região em que altas temperaturas promovem elevada evaporação e também oferece menores riscos do surgimento de pragas e doenças.
Explica o pesquisador Rafael Monteiro que, a água será transportada por carros pipas e armazenada. O sistema hidropônico surge como uma alternativa para alimentação e melhoria de renda da população de comunidades do alto sertão alagoano, mudando assim, a realidade daquela comunidade.
O projeto está em fase inicial, já dispõe de uma horta experimental e para Rafael Monteiro, quando os resultados forem comprovados com a primeira colheita, sem dúvida despertará, ainda mais, o interesse dos agricultores daquela região. Quando fazemos reuniões – salienta- percebemos que muitos ainda não demonstram interesse, principalmente, por ainda não conhecerem a técnica da hidroponia. Mas, estamos preparando cursos de capacitação para esses agricultores”.
Com a utilização da técnica hidropônica, serão amenizadas as condições sub-humanas de vida e a precariedade dos meios de produção do sertanejo, devido à dependência/influência dos fatores climáticos na agricultura. A importância do projeto – diz Rafael Monteiro – reside no fato de o sistema hidropônico ser relativamente independente de fatores climáticos, dependendo tão somente da devida manutenção dos nutrientes na água em que se pretende cultivar.
O processo, desde a plantação da semente até o estágio do crescimento ideal da hortaliça, leva em torno de quarenta e cinco dias. A previsão da primeira colheita de alface por hidroponia, em Lages, é para o mês de junho. O cultivo de hortaliças, proporcionará sem dúvida, um aumento sensível das perspectivas sócio-econômicas e de vida do homem sertanejo, proporcionando-lhe assim, o mínimo de dignidade humana.
O objetivo – enfatiza o pesquisador – é que cada família tenha uma pequena horta hidropônica e garanta, através desta atividade, o seu sustento e vale ressaltar o apoio da prefeita Renilde Bulhões ao projeto, essencial a esse trabalho. Estão envolvidos no Projeto de Hidroponia o Departamento de Solos, Engenharia e Economia Rural do Centro de Ciências Agrárias – CECA da Ufal. Maiores informações com o pesquisador
