Suzane von Richthofen deve deixar presídio apenas na segunda

Beneficiada nesta sexta-feira por uma decisão que a concedeu o direito de permanecer em prisão domiciliar, Suzane von Richthofen, 22, deve deixar o Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro (175 km a noroeste de São Paulo) apenas na próxima segunda (29).

Ela é ré confessa no processo que a acusa de ter planejado e participado da morte dos pais –Manfred e Marísia–, em outubro de 2002.

O benefício foi concedido a Suzane, em decisão liminar, pelo ministro Nilson Naves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Um ofício sobre a sentença foi encaminhado no final da tarde ao juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, que expedirá o alvará de soltura.

O juiz pediu à defesa de Suzane que informe o endereço onde ela ficará antes de expedir o alvará. Por isso, ele deve extrapolar o prazo estipulado pelo STJ –de 24 horas– para a expedição do documento. Neste caso, Suzane só deixará a unidade na segunda-feira.

Logo que sair da unidade, Suzane deverá participar de uma audiência onde serão definidas as regras da prisão –como eventuais horários em que ela poderá deixar o local. O juiz deverá decidir ainda se Suzane ficará sob vigilância policial. Para especialistas, a possibilidade é remota.

Em entrevista concedida à Folha Online na noite desta sexta, um dos advogados de Suzane, Mário Sérgio de Oliveira, disse que o endereço onde ela permanecerá presa ainda não foi escolhido.

Decisão

Não é a primeira vez que Suzane deixa o sistema penitenciário. Em junho de 2005, o mesmo STJ concedeu a ela o benefício da liberdade provisória que, posteriormente, foi estendido aos supostos cúmplices dela no crime, os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

Em abril deste ano, Suzane voltou a ser presa por decisão do juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri. O magistrado entendeu que a liberdade dela representava um risco para o irmão, Andreas, com quem Suzane disputa a administração dos bens da família.

O novo mandado de prisão foi expedido em meio à polêmica provocada por uma entrevista concedida por Suzane ao "Fantástico", da Rede Globo. Nela, segundo o próprio programa, Suzane aparece sendo orientada por seus advogados a chorar e demonstrar fragilidade diante das câmeras.

Para o ministro do STJ, entretanto, a segunda prisão foi idêntica à primeira e não poderia ter sido decretada já que uma instância superior havia decidido por conceder liberdade provisória à ré. Para Naves, a nova prisão "agravou ainda mais o excesso de tempo da prisão provisória", argumento que havia sustentado a soltura de Suzane.

No pedido que culminou na concessão da prisão domiciliar, a defesa de Suzane alegava que, enquanto ela esteve livre, "respondeu a todas as expectativas sociais de um comportamento ajustado" e negavam que ela tivesse representado uma ameaça "a qualquer um".

Os pais de Suzane –Manfred e Marísia– foram surpreendidos enquanto dormiam em casa, no Brooklin (zona sul de São Paulo) e golpeados com bastões, ainda na cama.

Fonte: Folha Online

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos