Sentença do caso Renildo deve sair esta tarde

Polyanna RochaMarliude Maria dos Santos, irmã de Renildo ( à esquerda) e a prima Marilúcia de Souza acompanham o julgamento.

Marliude Maria dos Santos, irmã de Renildo ( à esquerda) e a prima Marilúcia de Souza acompanham o julgamento.

Continua o julgamento dos três policiais militares acusados de assassinar o vereador de Coqueiro Seco, Renildo José dos Santos, em março de 1992. O juiz da 9ª Vara Criminal, José Braga Neto, ouviu agora há pouco os três advogados de defesa que alegaram inocência de seus clientes. A previsão é de que o julgamento termine por volta das 15h de hoje.

Na fala dos advogados, uma das alegações de inocência é que os policiais não teriam motivo para assassinar o vereador. A justificativa é de que os acusados teriam uma vida estável por seguirem carreira militar e não precisariam cometer tal crime por dinheiro.

A irmã de Renildo, Marliude Maria dos Santos, que acompanha todo o julgamento com a família e representantes do Grupo Gay de Alagoas (GGAL) se diz revoltada com todos os depoimentos prestados desde ontem no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes.

“Eu estava ouvindo absurdos nestes depoimentos, por esse motivo não consigo ficar muito tempo no auditório. Nós esperamos a condenação e pena máxima para os acusados e, por mais que eles neguem, temos a certeza de que foram eles quem mataram Renildo”, afirmou Marliude.

Estão sendo julgados desde ontem o sargento PM Luiz Marcelo Pessoa Falcão, e os soldados Paulo Jorge de Lima e Antônio Virgílio de Araújo. Eles são acusados de autores materiais do crime que chocou a população pela forma como aconteceu.

Autor Intelectual

O fazendeiro José Renato Oliveira e Silva, 71, acusado de ser o autor intelectual do crime teve o julgamento adiado por causa da troca de advogados, que ocorreu recentemente. Ele era defendido pelo advogado José Costa, que saiu do caso sem a ciência do cliente, que preferiu constituir o advogado Welton Roberto.

Esta foi a segunda vez que o julgamento de José Renato foi adiado este ano, já que, no dia 24 de abril o réu foi internado com hipertensão e foi constatado que ele tinha isquemia cerebral.

Assassinato

Renildo José dos Santos era vereador por Coqueiro Seco quando foi torturado, assassinado e decapitado em março de 1992. O crime teria motivação política e preconceito, uma vez que Renildo era homossexual assumido e fazia oposição ao prefeito da cidade, Tadeu Fragoso, filho de José Renato. Fragoso chegou a ir a júri por envolvimento no crime, mas foi absolvido.

De acordo com os autos do processo, por volta de 23h45 da noite, homens armados arrebentaram a residência de Renildo dos Santos, em Coqueiro Seco, retiraram-no à força e o levaram.

Dois dias depois, o corpo do vereador foi encontrado em Xexéu, município de Pernambuco, com partes carbonizadas e indícios de tortura. Tempo depois, a cabeça do vereador foi encontrada às margens de um rio, no município pernambucano de Água Preta.

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