Entrave público

Há um paradigma, que está profundamente enraizado no Brasil, entrava o serviço público e aumenta sensivelmente a burocracia: qualquer profissional, principalmente, se tiver curso superior, está apto para administrar. E isto acontece em todos os níveis, nos governos federal, estaduais e municipais.

Alguns cargos, pelo regimento interno de seus órgãos, somente podem ser preenchidos por engenheiros ou médicos, por exemplo. Mas, por qual tipo de engenheiro ou médico? Aqueles que receberam, quando cursaram a faculdade, apenas o conhecimento técnico específico, na prática, em geral, não conseguem gerenciar bem pessoas e processos. Passam a aprender com os erros e levam um enorme tempo para colocar em ação uma gestão de resultados.

O que se vê nas mais diversas funções públicas são advogados, médicos, engenheiros, economistas, psicólogos, professores e outros tipos de profissionais, exercendo cargos de decisão, alguns de alta complexidade, gerenciando convênios que, para serem executados, necessitariam de um processo de gestão moderno, eficiente e eficaz.

Resultados positivos, que poderiam ser atingidos num prazo de tempo muito mais curto, demoram meses e anos para aparecer. Ficam muito lentas as respostas, que tanto a população cobra de seus administradores.

Portanto, um administrador não pode apenas ter o conhecimento técnico específico relativo à profissão escolhida. Para se gerenciar bem, outros fatores são imprescindíveis. E o principal é a capacidade de liderança pessoal e interpessoal. Habilidades humanas e conceituais são necessárias a um trabalho de gerenciamento e deveriam ser uma exigência na escolha dos dirigentes.

Esse é um problema aparentemente pequeno, mas de extrema gravidade nesses momentos de tantas dificuldades e escassez de recursos.

Quantos órgãos públicos se arrastam, por que seus gestores não sabem como estabelecer metas e objetivos? Não conseguem entender o que precisam fazer para motivar os seus subordinados. Nem entendem, que precisam dar o exemplo e implantar um processo de gestão com sinergia positiva. Não conseguem entender também a importância da comunicação no processo de gestão. Têm dificuldades de negociação ou não sabem como iniciá-la.

Fica a pergunta: como fazer isso tudo sem conhecer as técnicas adequadas de liderança e gestão? São duas coisas diferentes, que se não forem usadas nessa seqüência – primeiro a liderança e depois a gestão, farão com que conflitos e crises sejam a tônica do dia-a-dia dos órgãos públicos.

O Brasil somente possui sem teto, sem terra, gente sem comida, sem água, sem luz, sem educação, etc., por falta de administradores profissionais e competentes em pontos estratégicos do serviço público.

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