O Brasil é o único país do mundo a adotar um padrão de TV digital que contempla finalidades sociais e não só a busca de tecnologia para a melhoria da imagem. Segundo o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia, Augusto César Gadelha, uma das condições para se implantar o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T) é promover a inclusão social por meio da inclusão digital.
Gadelha foi um dos palestrantes do simpósio Impactos sociais e tecnológicos da implantação de TV digital aberta no Brasil,em Florianópolis, durante a 58ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). "Temos no País 98% dos lares com aparelho de TV. Queremos aproveitar a ligação do brasileiro com essa mídia para melhorar o acesso à informação e aos serviços de cidadania", explicou o secretário.
Uma das metas, neste sentido, é disponibilizar serviços de governo para serem acessados por controle remoto, como a Previdência Social, além da garantia de criação do Canal de Cidadania para a transmissão de programações das comunidades locais, por exemplo.
O processo de debate que envolveu a definição sobre o padrão de TV digital, incluindo os resultados das pesquisas apoiadas pelo governo federal, foi destacado pelo professor Marcelo Zuffo, da Universidade de São Paulo (USP), também debatedor do simpósio. "Apesar das pressões sofridas por grupos internos e estrangeiros, o Brasil definiu o melhor sistema possível", declarou Zuffo.
Padrão japonês
Segundo Gadelha, o acordo com o Japão vai permitir a exploração de tecnologias por parte do Brasil, o que resultará em avanço tecnológico. Para Zuffo, a TV digital pode significar o renascimento da indústria de semicondutores brasileira. Hoje também durante a SBPC, o ministro Sergio Rezende anunciou a abertura de editais de fomento à Política Industrial ainda em julho. Uma das áreas prioritárias é o incentivo ao desenvolvimento de componentes eletrônicos para o sistema de TV digital.
