Luiz Pedro negocia prisão sem algemas e sem a imprensa

Nem algemas, nem viatura policial caracterizada para conduzi-lo, nem a imprensa para registrar sua prisão. Essas são as exigências feitas pelo deputado estadual Luiz Pedro, para se entregar à polícia.

O próprio desembargador Orlando Manso, que decretou sua prisão, instruiu o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Acírio, para que a ação policial seja executada de forma discreta. O deputado não será algemado nem conduzido em viatura policial caracterizada, conforme explicou o comandante.

Justiceiro violento
Baseado em provas testemunhais, o procurador-geral de Justiça Coaraçy da Mata Fonseca pediu a prisão em flagrante do deputado Luiz Pedro, acusado de vários crimes, principalmente assassinatos. Luiz Pedro, que é cabo da PM, é apontado como homem violento, justiceiro responsável por várias mortes.

Por ter se recusado a obedecer suas ordens, Carlos Roberto Rocha Santos foi levado de casa por homens encapuzados e assassinado sem que a família saiba até hoje onde deixaram o corpo. Os homens que mataram Carlos Roberto foram identificados como capangas de Luiz Pedro.

Na semana passada deu-se a gota d´agua que fez transbordar a paciência do procurador Coaracy. Foi o atentado contra o ex-agente penitenciário Luciano Wagner, em União dos Palmares – Luciano era testemunha contra Luiz Pedro e iria depor na segunda-feira, 4, passada; no domingo dois homens numa moto dispararam vários tiros contra ele, que está internado em estado grave na UTI da Unidade de Emergência.

O fato de o pai da vítima, o sub-tenente PM Valderez, isentar o deputado Luiz Pedro de culpa no atentado não convenceu o procurador de Justiça. “Ele (o pai da vítima) diz isso porque tem medo de ser assassinado”, sustentou o procurador.

Prisão especial
Apesar de entender que seu cliente dispõe de outros recursos para reverter a decisão do desembargador Orlando Manso, o advogado José Fragoso preferiu deixar para o próprio deputado decidir. “Podemos entrar com pedido de habeas-corpus preventivo, mas isto é o deputado que terá de decidir”, explicou.

A posição do advogado é entendida como prudência, uma vez que é necessário primeiro se cumprir com a determinação do desembargador e só depois tentar anulá-la. O deputado Luis Pedro ainda não se decidiu, mas, quando se decidir se entregar terá a sua disposição um quarto com 10 metros quadrados, banheiro, ar condicionado e televisão no quartel-geral da PM.

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