Peritos do INSS fazem paralisação de dois dias em Alagoas

Alagoas24horasJosete Moreira lamenta paralisação dos peritos do INSS

Josete Moreira lamenta paralisação dos peritos do INSS

Os médicos peritos dos Instituto Nacional do Seguro Social realizam – a partir da manhã de hoje – uma paralisação nacional de dois dias, para tentar negociar uma pauta de dez itens com o Governo Federal. Não há – por enquanto – reivindicações salariais, ainda que presidente Lula- conforme o coordenador do movimento em Alagoas, Gilberto Barros – não tenha realizado o reajuste prometido na última greve geral do Instituto.

Em Alagoas, os 62 peritos que trabalham em Maceió e no interior do Estado de Alagoas estão paralisados. “Na Assembléia que realizamos, houve apenas um voto contra. Presumimos então que o movimento vai ter aderência total da categoria. A paralisação em Alagoas segue a determinação nacional de dois dias e caso não haja resposta do Governo Federal, a ordem é esperar por mais sete dias e depois entrar em greve por tempo indeterminado”, colocou Barros.

Gilberto Barros considera alguns itens primordiais na lista de reivindicação. “Estamos brigando principalmente pela melhoria das condições de trabalho, com aumento efetivo de consultórios nas instituições físicas, implantação total de um sistema informatizado e pela segurança dos peritos, que muitas vezes são agredidos por segurados que não conseguem os benefícios. É preciso uma entrada específica para os peritos e seguranças contratos que tratem desta questão. Os vigilantes patrimoniais sozinhos não dão conta”, explica.

De acordo com Barros, a segurança dos peritos é uma briga antiga. “Sofremos muitas ameaças e agressões, às vezes físicas, por parte de alguns segurados que são iludidos por intermediários. Há uma máfia por trás do seguro social e as pessoas acham que vão se dar bem manipulando outros e quando negamos o benefício, nós que levamos a pior”, sentencia.

Os peritos cobram também do Governo Federal a instalação de detectores de metal nos prédios do INSS. “Esta seria uma forma de trabalhar preventivamente, para evitar agressões”. Na manhã de hoje, vários segurados foram surpreendidos pela paralisação dos trabalhos. A grande maioria deles não sabiam e alguns vieram do interior do Estado para serem atendidos. Eles tiveram que ter as consultas remarcadas.

Este é o caso da lavadeira Josete Sabino Moreira, 49, que está afastada do trabalho – assegurada pelo INSS – há um ano e três meses. Josete Moreira saiu de casa logo cedo para tentar renovar sua seguridade e conseguir mais cinco meses de licença, período do tratamento médico. Com a licença prestes a vencer, só restou a mulher esperar para remarcar a consulta. “Só espero não perder o benefício, porque eu realmente preciso. Estou em tratamento de saúde”.

A situação de Josete Sabino Moreira foi compartilhada por diversos trabalhadores, que se mostraram indignados com a atitude dos peritos. No entanto, Gilberto Barros coloca que é a paralisação é a alternativa encontrada para cobrar inclusive as melhorias de serviço. Barros espera que o Governo Federal se sensibilize com a situação dos peritos.

No âmbito nacional – como coloca o presidente da associações dos peritos, Eduardo Henrique Almeida, na última conversa com o presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Valdir Simão, os peritos consideraram que faltou um tom institucional na conversa. "Os peritos querem uma posição institucional mais clara do presidente do INSS", disse Almeida.

A votação dos delegados da associação foi dividida em cinco regionais. No Estado de São Paulo, 57,1% dos delegados foram a favor da paralisação. A paralisação por dois dias já estava decidida desde o dia 29 de agosto, quando os peritos se reuniram no Rio de Janeiro. Os médicos podem decretar greve por tempo indeterminado. A Previdência conta com 4.800 médicos peritos em todo o país.

Os peritos querem também a reestruturação da perícia médica, com a chefia do setor passando para as mãos de um médico e não mais sob a responsabilidade dos servidores administrativos. Os peritos pedem ainda melhores condições de trabalho e dizem que existem 1.300 consultórios de perícia para atender, em média, 500 mil consultas mensais.

O Alagoas 24 Horas tentou contato com a assessoria de imprensa do INSS em Alagoas, mas não obteve êxito.

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