A Polícia Civil prendeu na manhã de hoje mais quatro pessoas envolvidas com o grupo conhecido como “Os Ninjas”, acusados de participarem de mais de 30 homicídios, assaltos, roubos e crimes de pistolagem na região da zona da mata. A prisão é continuidade da Operação Zumbi dos Palmares que no dia oito de agosto prendeu oito policiais militares do 2° Batalhão de União dos Palmares.
De acordo com o diretor-geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, o Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCCO) do Tribunal de Justiça foi quem expediu os seis mandados de prisão e oito de busca e apreensão solicitados pelos delegados responsáveis pelo caso – Ailton Soares Prazeres e Emanuel Davi de Freitas.
Dos seis mandados expedidos, quatro foram cumpridos. Antônio Barbosa Macena (Tonho Açogueiro), Edílson Antônio dos Santos (Bode), José Rosivaldo Vitorino (Douglas) e Edmilson José da Silva estão presos na delegacia de União dos Palmares à disposição da Justiça.
“Eles foram presos por voltas das 6h da manhã de hoje por policiais civis em suas residências. Eles apenas serão transferidos para Maceió caso o delegado titular de União dos Palmares ache necessário por uma questão de segurança”, explicou Davino.
Com os suspeitos a polícia encontrou ainda uma pistola, um revólver, uma par de algemas e um balaclava.
Comandaram a operação os delegados Nivaldo Aleixo, Alcides Andrade, Fabiana Leão, Rodrigo Rubiale e Ailton Prazeres, além do acompanhamento do próprio Robervaldo Davino e do diretor de Polícia no Interior, Mário Jorge Marinho.
Operação
Na primeira mega-operação desencadeada no mês de agosto, a polícia prendeu os militares do 2° Batalhão de União dos Palmares: subtenente Antônio Batista, o cabo Valdir, os soldados Givaldo Vicente, Fernando Gomes, Tadeu, Sandro, Lenildo e Marquinhos. E ainda Luis Carlos – que trabalha como guarda civil no município.
Na época, o NCCO havia expedido dez mandados de prisão e a polícia apenas não conseguiu prender o chefe da Guarda Municipal de União dos Palmares e segurança do ex-governador Manoel Gomes de Barros, o cabo Jailson Vicente, que conseguiu fugir, mas se apresentou na tarde do dia seguinte.
Davino informou que ainda não chegou a nomes de supostos mandantes para os crimes de pistolagem, mas afirmou que as investigações continuam e que, desde as primeiras prisões, o índice de violência na zona da mata diminuiu.
Ninjas
O grupo de extermínio conhecido como Ninjas atuava na região de União dos Palmares desde 1998, cujo ato criminoso de maior repercussão na época foi a execução de quatro pessoas – sendo dois deles menores.
Desde então, os Ninjas vinham atuando em diversos crimes na região. Pelo que a polícia conseguiu levantar, o grupo era composto de policiais do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), que recebiam dinheiro para praticar crimes para políticos e fazendeiros e agiam também como “justiceiros”, matando quem se envolvessem em assaltos e pequenos crimes no município de União.
São atribuídos ao grupo crimes, principalmente “desovas”, ocorridos até em cidades pernambucanas como Quipapá. A interferência de pessoas influentes sempre prejudicou as investigações dos homicídios praticados pelo grupo, entre 1998 a 2005, que esbarravam na falta de provas ou no medo das testemunhas.
