Coronel Ronaldo dos Santos, Robervaldo Davino e Silberto Sevilha
O suposto membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), Ronaldo Calado Mendonça, preso em Alagoas, no fim de semana passado, será transferido para o sistema prisional de São Paulo, na próxima sexta-feira.
O delegado de Bauru, Silberto Sevilha, que presidiu o inquérito que aponta Mendonça como responsável por oito incêndios criminosos na cidade paulista, já se encontra em Alagoas e concedeu coletiva, na manhã de hoje, na sede da Secretaria de Defesa Social de Alagoas, ao lado do diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas, Robervaldo Davino, e do secretário coronel Ronaldo dos Santos.
Ronaldo Calado Mendonça é o terceiro integrante do PCC preso no Estado de Alagoas. O primeiro foi o foragido Dionísio, que acabou sendo assassinado dentro do sistema prisional de São Paulo, e o segundo o temido e conhecido coronel Tatuagem, pertencente ao primeiro escalão do PCC.
De acordo com Silberto Sevilha, a quadrilha que aterrorizou São Paulo, com diversos ataques a PMs, agentes penitenciários e incêndios, possui uma hierarquia de comando, que divide a atuação dos bandidos em células. No caso de Bauru, Ronaldo Calado Mendonça seria o segundo homem mais forte do PCC na cidade, comandando inclusive o tráfico de drogas na região.
“Ele era o capitalista do tráfico. Não metia a mão na droga, mas comandava as operações”, destacou Sevilha. Conforme o delegado, o comando do PCC é conhecido como “Torre” e funciona dentro dos presídios paulista. Para que as ordens cheguem aos “pilotos”, eles utilizavam os “homens da sintonia”. Ronaldo Calado Mendonça era um dos pilotos. Por esta razão, teria recebido a incumbência de organizar oito incêndios a ônibus, nos dias 12 e 13 de julho deste ano.
“Identificamos todos os envolvidos já no dia 14 de julho. Prendemos quase todos, o Ronaldo Calado foi o único que conseguiu fugir. Para a Polícia Civil de São Paulo bandido bom é aquele que está na cadeia ou no IML. Através de um sistema integrado, pelo qual parabenizo a ação da Polícia Civil de Alagoas, conseguimos chegar a este último integrante do bando e prendê-lo”.
Ronaldo Calado Mendonça foi preso na casa de familiares no Conjunto Eustáquio Gomes de Melo, no Tabuleiro do Martins. “Ele age de forma covarde e não merece condescendência. Atua em todo o Estado e em Bauru. Ronaldo Calado participava de ações de vingança, como diversos atentados”, destacou Sevilha.
De acordo com Ronaldo Calado, ele saiu de São Paulo foragido da polícia e do próprio PCC, já que o grupo estava procurando-o para exterminá-lo. A escolha por Alagoas, segundo o próprio Calado, é por ser um Estado calmo e sem muitos registros de violência, se comparado a São Paulo. “Cansei da violência”, destacou o suposto criminoso.
Em entrevista à imprensa alagoana, Ronaldo Calado alegou inocência e disse que nunca pertenceu ao PCC. “Isto não existe. Eu saí de São Paulo por orientação do meu advogado. Ficaria em Maceió até o processo ser resolvido. Nunca pertenci ao crime organizado e só fui preso uma única vez, mas a situação já foi esclarecida. Tenho um filho de 1 ano e 7 meses e só quero uma oportunidade para viver em paz e criá-lo”, colocou o suspeito.
Chorando compulsivamente, Ronaldo Calado disse que estava trabalhando com venda e compra de veículos e que em São Paulo era um comerciante honesto. “Eu fui exposto na mídia em São Paulo como membro do PCC, desde então minha vida é sem sossego”.
O suposto integrante do PCC responde a diversos processos na Justiça, inclusive por tráfico de drogas. A prisão dele foi decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Bauru, Benedito Antônio Okunu. Sevilha finalizou a entrevista dizendo que não teme represálias durante a transferência do preso e que veio preparado para revidar, caso seja necessário. “A Polícia Civil de Alagoas demonstrou extrema eficiência e também se mostrou capaz no combate à criminalidade”, finalizou.
Crédito: alagoas24horas
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