Bombeiros resgataram mais dois corpos na Baía de Guanabara
A Capitania dos Portos resgatou mais duas vítimas do naufrágio na Baía da Guanabara. Com esses, já são seis o número de corpos encontrados. O quinto corpo foi localizado às 23h20 de ontem e o sexto foi resgatado no início da madrugada de hoje. Até o momento, não há informações sobre as vítimas.
Seis lanchas da Capitania dos Portos permanecerão no local do acidente durante toda a madrugada para tentar encontrar as duas últimas pessoas que ainda estão desaparecidas.
O acidente aconteceu por volta das 23h30 de terça-feira. A embarcação menor, a traineira Costa Azul, com 12 pessoas, ficou destruída e está adernada a 37 metros de profundidade. Quatro de seus ocupantes se salvaram.
Na colisão, o cargueiro com bandeira das Bahamas, de nome Roko, com 180 metros, não sofreu grandes avarias. A embarcação que foi destruída tinha 15 metros, levava três tripulantes e nove mergulhadores que trabalhavam nas obras do emissário submarino da Barra, Zona Oeste do Rio.
O pessoal de resgate – militares da Marinha, bombeiros e funcionários da empreiteira Tecsub – localizou o Costa Azul às 10h desta quarta (18), adernado num local de fortes correntezas, na direção da cabeceira da pista do Aeroporto Santos Dumont.
O primeiro corpo resgatado estava preso na cabine de comando. Ele não foi identificado oficialmente, mas acredita-se que seja do mestre arrais. Segundo informações do coronel Marcos Silva, subcomandante do Corpo de Bombeiros, as duas vítimas resgatadas por volta das 20h na Baía de Guanabara são os tripulantes Robson e Gustavo. De acordo com os bombeiros, as vítimas foram identificadas por mergulhadores que conseguiram pular da traineira na hora do acidente. Os corpos ainda não chegaram no IML. O corpo retirado às 22h30 foi identificado como Panayotis de Oliveira Mitrogiane, de 37 anos.
A empreiteira Tecsub, de Santos (SP), que presta serviços nas obras do emissário, divulgou o nome dos cinco mergulhadores que estavam na traineira: Osvaldo Antunes do Prado, 61 anos; Erivelton Azevedo da Silva, 25 anos; Esmeraldo José Moreira, 60 anos; Jocimar Neves Marques, 35 anos; Panaiotis de Oliveira Nitrogianis, 37 anos.
Dentro das normas
O capitão dos portos do Rio, capitão-de-mar-e-guerra Antônio Fernando Moreira Dias, disse no início na noite de ontem que o navio-cargueiro estava, aparentemente, dentro das normas internacionais de navegação.
O acidente aconteceu na entrada da Baía de Guanabara a 1 km de Niterói, 1,5 km da Ponte Rio-Niterói e a 2 km do Rio. Veja como foi o acidente. O Costa Azul parou primeiro na Praça XV, no Centro do Rio, para o desembarque de funcionários da Tecsub. Em seguida, foi abastecer no Caju, na Zona Portuária do Rio, e, quando seguia para Jurujuba, em Niterói, houve o acidente. O cargueiro Roko, que vinha de Itajaí, em Santa Catarina, entrou na Baía para abastecer. Na colisão, a proa do cargueiro teria atingido a lateral do barco.
A Capitania dos Portos tomou o depoimento dos quatro sobreviventes do barco. Segundo avaliação médica, eles passam bem. Depois de medicados, os quatro foram levados para um hotel na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A tripulação do cargueiro foi ouvida com o auxílio de uma tradutora. O capitão do Roko foi identificado como Vladmirs Gruserviskis. A embarcação aportaria no Rio às 23h30 de terça (17), e sairia quarta (18) às 8h em direção ao porto Mariupem, na Ucrânia.
Localizados destroços
Trezentos homens da Marinha, dos Bombeiros e da Tecsub participaram da busca pelos desaparecidos.
Segundo o Capitão dos Portos, o barco foi encontrado com o uso de um aparelho chamado garatéia, uma espécie de gancho que pende da extremidade do cabo de um guindaste e é usado geralmente para recolher objetos submersos.
