Familiares de presos fazem vigília na porta do sistema prisional

Neste momento, vários familiares se encontram na porta do sistema prisional de Alagoas tentando conseguir informações sobre os parentes que se encontram presos no Rubens Quintela, Cyridião Durval e Baldomero Cavalcante.

Segundo os familiares dos reeducandos, desde a quinta-feira passada que eles não conseguem informações sobre os presos. “Estamos preocupados, pois nossos parentes estão lá dentro e não sabemos de nada. Precisamos ao menos saber se eles estão bem. Há informações de que há feridos lá dentro”, colocou um dos familiares.

A mãe do preso Elinilton Santos, 18, que não se identificou, é uma das mais revoltadas. “Eu sei que meu filho está preso porque cometeu crime, mas é meu filho e eu preciso saber dele. É o filho que Deus me deu e eu o amo, que saber como ele está”, declarou.

As pessoas se encontram tensas e temerosas, algumas inclusive choram e reclama da insensibilidade do Estado. Na última rebelião, ocorrida no fim de semana passado, um reeducando foi morto pelos companheiros de cela. De acordo com o laudo cadavérico, antes de ser assassinado, o detendo foi submetido à tortura e violência sexual.

Na manhã de hoje, durante uma fuga no Rubens Quintela, mais um detento foi morto em confronto com a força policial. Quatro presos conseguiram fugir, de acordo com as primeiras informações.

Logo mais, às 10 horas, o secretário de Defesa Social, coronel Ronaldo dos Santos recebe a imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social e deve falar sobre a situação nos presídios. Durante entrevista, concedida na manhã de ontem, o coronel chegou a admitir que o sistema prisional ficou “fora de controle no fim de semana”.

O clima é de tensão e informações extra-oficiais dão conta de que os presos do Cyridião Durval estão ameaçando um novo motim para a manhã de hoje. O policiamento no sistema foi reforçado. Por volta das 6 horas de hoje, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegou a entrar na unidade prisional Rubens Quintela para uma varredura em busca de armas e túneis. Não houve registro de armas encontradas. No local, impera a lei do silêncio.

Além dos familiares, outros que se encontram assustados com a situação do sistema prisional, são os moradores do Conjunto Gama Lins, que fica nos arredores dos presídios. Os moradores reclamam da insegurança e dizem que constantemente ouvem disparos de arma de fogo. Um exemplo disto – segundo eles – é que vira e volta aparece um presidiário morto nos terrenos baldios do conjunto.

Alguns – que pedem para não serem identificados – dizem que os bandidos chegam a utilizar as favelas do Gama Lins como esconderijo, durante as fugas.

Uma outra ameaça que preocupa o coronel Ronaldo dos Santos – segundo ele mesmo – é a possibilidade dos reeducandos estarem recebendo ajuda externa do sistema prisional. O fato começou a ser investigado depois que o Bope encontrou bombas nos arredores dos presídios.

Os artefatos foram colocados em locais planejados para causar um colapso no sistema de energia elétrica das unidades prisionais. No entanto, as bombas foram desarmadas antes que pudessem explodir.

Ronaldo dos Santos disse também que dentro do presídio não havia lideranças específicas por parte dos presos, mas sim uma “bagunça generalizada”. Porém, o secretário destacou a liderança de um preso paulista, que ao falar sempre enaltecia o PCC. O reeducando – segundo o coronel – foi isolado dos demais.

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