A Cidade Maravilhosa embrutecida

Bons tempos aqueles em que eu ia passar minhas férias escolares no Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, entre a década de 70 e começo dos anos 80. O ano todo ficava planejando e sonhando com a viagem, embora também fosse porque minha mãe queria me ver afastada das minhas amizades de União dos Palmares. Mas os passeios ao Pão de Açúcar, nossas idas à Quinta da Boa Vista, onde estão instalados um museu e um zoológico, e as praias mais badaladas da cidade, como a de Ipanema, Copacabana e a do Leme, tudo nos encantava.

O Rio é lindo e sempre inspirou compositores, músicos, poetas e apaixonados, mas a violência que a cada dia se multiplica por ali está fazendo com que a cidade fique triste e feia perante o resto do País e do mundo. Na quinta-feira, uma onda de ataques a um ônibus da empresa Itapemirim causou mortes e ferimentos aos passageiros, deixando a população apavorada. Os ataques ocorreram em diferentes pontos da cidade. Os criminosos atiraram contra delegacias, carros e cabines da Polícia Militar. Também queimaram aproximadamente seis ônibus. Em um dos casos, 19 pessoas tinham morrido carbonizadas, até a madrugada da sexta-feira.

O governador eleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que a onda de violência não vai intimidar o novo governo e admitiu que, se necessário, acionará a Força Nacional de Segurança Pública. Criada em 2004 e ligada ao Ministério da Justiça, a Força Nacional é uma tropa de elite formada principalmente por policiais militares e bombeiros, de diferentes estados.

O secretário da Segurança Pública do Rio disse, na oportunidade, acreditar que a ordem para os atentados tenha partido de presos que temem mudanças na administração penitenciária a partir de 2007, com a troca de comando do governo do Estado, e o endurecimento do regime disciplinar. Ele afirmou que a série de ataques não foi organizada por uma única facção, mas por criminosos que se uniram em torno de interesses comuns para pressionar o governo a, mais tarde, negociar concessões e privilégios.

O Rio de Janeiro agoniza com o tráfico de drogas e a favelização desenfreada que cresce a cada dia no Estado e precisa ser melhor cuidado. Os governos que se sucederam no Rio foram abrindo guarda para a marginalidade e não tomaram as providências necessárias para impedir o crescimento da violência e agora deu no que deu.

A polícia e a cúpula de segurança do Estado do Rio precisam ser enérgicos para garantir a paz na virada do ano, numa época em que milhares de pessoas vão às ruas para se confraternizar e ver o espetáculo da queima dos fogos, um dos mais belos do País.

De acordo com o que foi divulgado, para conter os criminosos, a PM do Rio contará com o auxílio de 92 carros da Polícia Civil, que ficarão responsáveis pelas redondezas de morros controlados pelo tráfico de drogas, de quinta-feira até o dia 2 de janeiro. Vamos ver se todas essas providências poderão conter os ânimos dessas pessoas enlouquecidas pela miséria, pela violência e pela falta de perspectiva numa cidade que é o símbolo do turismo no Brasil.

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