Escola com melhor Ideb do Estado fecha por falta de estrutura
Berço de Jorge de Lima, considerado o príncipe dos poetas alagoanos, a comunidade escolar de União dos Palmares é o retrato da falta de gestão no setor educacional do Estado. Mesmo com Alagoas ocupando pela segunda vez consecutiva o estado com pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em todo o país, uma escola que é modelo de inclusão e que apresenta o melhor Ideb do Estado foi fechada por falta de estrutura.
O drama da Escola Estadual Jorge de Lima começou em dezembro do ano passado, quando o teto de uma das salas cedeu devido à falta de manutenção diante da ação do tempo. O prédio, construído em 1953, está localizado no Centro de União, e atende crianças do 6º ao 9º anos, em três turnos, inclusive 26 portadores de necessidades especiais.
Ao todo, a unidade escolar atende 406 alunos da comunidade e ganhou notoriedade ao conquistar o prêmio de Gestão Escolar, além de apresentar nota 5.2 no Ideb, quando a média nacional é de 4,6. A trajetória de sucesso, as experiências bem-sucedidas e a nova forma de educar de pouco adiantaram. Com duas salas interditadas, a direção foi abrigada a adotar rodízio entre as turmas para garantir a perda mínima de aulas.
Em reunião com a 7ª Coordenadoria Regional de Ensino (CRE), após o isolamento da segunda sala de aula, a CRE orientou pelo fechamento da escola e transferência dos alunos para outra unidade de ensino existente na cidade. Um técnico da Secretaria de Educação esteve na escola e constatou o risco de novos desabamentos, orientando pelo fechamento.
De acordo com a diretora da escola, Rosiane Vasconcelos, a solução encontrada pela Secretaria de Educação provoca grande preocupação entre os pais e alunos, isso porque os alunos da Jorge de Luma serão acomodados precariamente em quadra de esporte, laboratório de ciências e de informática. E mais, a faixa de idade é completamente diferente.
Nesta sexta, 20, as aulas foram suspensas na Escola Jorge de Lima e até a próxima terça-feira, 24, uma medida deve ser anunciada. Pais, alunos e professores prometem se mobilizar e reivindicam o aluguel de um prédio até que a reforma na Jorge de Lima seja concluída.
Crédito: Antonio Aragão/Cortesia
Crédito: Antonio Aragão/Cortesia
