“Ele só teria se envolvido por interesse”, diz irmã de Flavius Lessa

Dicom/TJJulgamento de Frederico Safadi

Julgamento de Frederico Safadi

O Tribunal do Júri iniciou na tarde desta quarta-feira, 15, o julgamento do acusado de assassinar o arquiteto Flavius Lessa, em fevereiro de 2011. O julgamento ocorre no Fórum do Barro Duro e conta com a participação de cinco testemunhas arroladas pelo Ministério Público Estadual (MPE). Já a defesa de Safadi não convocou ninguém para testemunhar em favor do réu.

A primeira testemunha a ser chamada foi a irmã da vítima, Aylza Maira Lessa, que contou detalhes do relacionamento entre Lessa e o acusado Frederico Peixoto Safadi. Em seu depoimento, ele destacou que a vítima teria mudado de comportamento com os familiares e amigos após o relacionamento.

Ainda de acordo com ela, a vítima era uma pessoa ‘extremamente’ reservada e que não gostava que as pessoas invadissem sua privacidade. “O lugar especial era o quarto dele, ninguém entrava lá. E de repente o Fred chegou e passou a dormir lá. Nós estranhamos, mas não quisermos interferir na vida dele”, destacou a irmã de Lessa.

Ela destacou que nunca chegou a conversar com o acusado. “Ele não olhava em nossos olhos e demonstrava não querer conversa”. Também disse que desconhece as motivações para o assassinato do irmão. “Acredito que ele matou por não querer perder a vida que tinha, pois ele frequentava até restaurantes caros”. Questionada pelo juiz se a vítima ‘bancava’ o acusado, a irmã se limitou a dizer:  “Acredito que ele (Safadi) só teria se envolvido por interesse”.

A segunda testemunha, um amigo da vítima, Judá Eduardo, destacou que Lessa investia na carreira de Safadi, mesmo após seis meses de exploração da imagem do modelo. Para ele, um modelo passar mais de seis meses no mercado não é comum e que o acusado não tinha os padrões para desfilar nas passarelas internacionais.

Homicídio Qualificado

Antes do início do julgamento o promotor de Justiça Carlos Davi, disse que a acusação fundamentou sua argumentação nas provas que constam nos autos. Segundo ele, a robustez das provas atesta a responsabilidade de Frederico Safadi no crime. Por esta razão, a promotoria defende que o réu seja condenado por homicídio duplamente qualificado, uma vez que o réu teria enforcado a vítima com um cinto de segurança e em seguida cortado seu pescoço com uma latinha de cerveja, sem chance de reação para a vítima.

A pena mínima para o crime é de 12 anos e máxima de 30 anos de reclusão. Carlos Davi explica ainda que independente da pena que lhe será imputada, o réu subtrairá aos quatro anos que passou recluso, à espera de julgamento. “A acusação vem em plenário firme, convicta, que não há dúvidas de que o réu é culpado”.

 

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