O JOGO
Arena Fonte Nova lotada, o time titular em campo e uma “honra” manchada. A final do Campeonato Baiano tinha tudo para ser um grande jogo entre Bahia e Vitória da Conquista. E realmente foi! Precisando vencer para não perder o cargo, Sérgio Soares mandou a campo uma formação ofensiva, pressionando o adversário desde o começo.
Antes do dez minutos, o zagueiro Robson já abriu o placar para o Esquadrão. Com calma, o tricolor vinha tocando a bola e girando o jogo, procurando o espaço. Até que Souza acha um cruzamento, mas Viáfara tira de soco. No rebato, Tony domina já cruzando novamente, em direção a Maxi Biancucchi. O goleiro mais uma vez saiu do gol e dividiu a bola com o meia. Ela sobrou nos pés de Robson, que bateu de primeira na entra da grande área.
A torcida foi a loucura em Salvador, mas ainda faltavam dois gols para o tricolor baiano. Mas muitas emoções ainda estavam guardadas na Arena Fonte Nova. Viáfara novamente falhou, saiu muito mal no cruzamento de Zé Roberto e ela sobra para Bruno Paulista fora da área, muito distante do gol. De primeira, ele arriscou para o gol, com toda a zaga desarrumada.O “impossível” estava acontecendo.
E o gol do título tinha que sair dos pés do mais decisivo do elenco: Kieza. Empolgado, ele recebeu em profundidade e driblou o goleiro adversário. Na linha de fundo, o jogador cruzou para trás, procurando Maxi, mas Fernando Belém tirou em cima do lance. Um minuto depois, o atacante pegou a bola cara a cara com Viáfara e bateu cruzado, tirando tinta da trave.
O Vitória da Conquista parecida atordoado em campo e a torcida do Bode calou-se na Arena Fonte Nova, mas o título ainda era do verdão. Até que finalmente Kieza conseguiu soltar o grito do torcedor tricolor. Aos 22 minutos, Souza acertou um lindo passe para Maxi, que esperou Viáfara sair do gol e tocou para o atacante, sem goleiro, só empurrar para o fundo das redes.
Mesmo que confiante no time, nem o torcedor mais fanático acreditava na partida que o Esquadrão vinha fazendo na final. Viáfara, num péssimo dia, tentou juntar os jogadores do Bode no meio do gramado e pediu tranqüilidade, mas nada podia frear o ímpeto tricolor. Tudo aqui que o Vitória da Conquista construiu em 90 minutos, o Bahia destruiu em apenas 22.
Realmente foi indescritível esta final. Mesmo com uma campanha respeitável do Bode na primeira fase, o Bahia parecia estar num jogo-treino. Aos 38 minutos ficou claro isso, em um contra-ataque construído todo pelo lado direito. Muito parecido com o lance do pentacampeonato do Ronaldo Fenômeno na Alemanha, Kieza fezum corta luz e Zé Roberto bateu forte, mas Viáfara defendeu a primeira.
A emoção estava à flor da pele. O torcedor já não segurava mais o choro e o Corpo de Bombeiros teve que tirar um homem que desmaiou nas arquibancadas da Arena Fonte Nova. Ainda assim, o fãs do Bode gritavam “eu acredito”, mas esse ânimo não ia durar muito tempo. O Bahia voltou um pouco mais recuado no segundo tempo, mas não pode muito tempo.
A partir do 10 minutos, o Esquadrão cresceu novamente em campo. Com dois lances importantes dentro da grande área, o quarto gol era uma questão de tempo. Zé Roberto recebeu e se livrou da marcação de Silvio e Fausto, mas foi derrubado e o árbitro marcou penalidade máxima. Na cobrança, Souza deixou Viáfara parado, sem nenhuma chance.
O segundo tempo não foi só de festa, mas a torcida baiana também cresceu. O placar de 4 a 0 obrigava o Bode a marcar dois gols para levantar a taça e por isso os tricolores invadiram de vez a Arena para ver a festa em Salvador. A chuva começou a cair e até os céus choravam e não acreditavam no que estava acontecendo na final do Campeonato Baiano.
A pressão não parou, a torcida estava de corpo e alma em campo empurrando o elenco de Sérgio Soares. Aos 25 minutos, o Bahia cruzou a bola na área e Maxi cabeceou em direção as redes, mas o zagueiro Diego Aragão colocou a mão na bola em cima da linha. Mais um pênalti que Souza converteu com precisão e o adversário ainda foi expulso do gramado.
Sob o choro dos céus e a festa nas arquibancadas, o torcedor do Vitória da Conquista já deixava o estádio. Ninguém iria tirar o bicampeonato do Bahia. Enquanto os torcedores ajeitavam os rojões do título, Kieza novamente balançou as redes. Ele sagrou-se o maior artilheiro da nova Arena Fonte Nova, com 11 gols, oito deles só neste estadual.
PRÓXIMOS JOGOS
O Bahia agora se prepara para disputar a Série B do Campeonato Brasileiro. Esta goleada na final deu um ânimo a mais no torcedor, que agora trata o acesso com obrigação. Do outro lado, o Vitória da Conquista ganhou o direito de disputa a Copa do Nordeste.