Cansada de ser musa, Mari Paraíba ganha moral na seleção de vôlei com o Pan

Titular contra os EUA, jogadora de 28 anos ganhou muitos elogios do técnico José Roberto Guimarães, e não foi pela beleza. Brasil joga por uma vaga na final nesta quinta-feira.

(Foto: Playboy/Reprodução)
(Foto: Playboy/Reprodução)

Menos musa e mais atleta. Não que Mariana Andrade Costa, de 28 anos, tenha deixado de chamar a atenção por onde passa. “No refeitório da Vila (de Atletas) ela faz sucesso. Todos os homens olham quando ela aparece”, entrega Jaqueline, parceira de seleção brasileira.

Mas Mari Paraíba, como ficou mais conhecida após ser capa da revista “Playboy” em julho de 2012, deixou a vida de celebridade para trás. Após conquistar fama e um bom dinheiro como modelo, seu foco é novamente o vôlei. Foi a obstinação de querer mostrar seu valor que lhe rendeu uma chance de defender o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

“Ela está mais madura, passou por várias coisas e aprendeu. A Mari me chama a atenção pela personalidade”, atesta o técnico José Roberto Guimarães, que apostou na ponteira como titular na vitória por 3 a 2 contra os Estados Unidos, na última segunda-feira, que garantiu o Brasil nas semifinais do Pan de Toronto.

Ela substituiu Jaqueline, sua companheira de time no Minas, poupada por dores lombares. Foi a primeira vez que iniciou uma partida defendendo a seleção brasileira. “Nunca vivi algo tão emocionante assim. Está sendo muito legal e emocionante para mim”, diz a jogadora de 1,80m, nascida em Campina Grande.

Apesar de ser ponteira, Mari Paraíba não fez muitos pontos no Pan – nove em três jogos, cinco deles no duelo contra as americanas. Mas ela demonstra uma opção de ataque diferenciada, com bolas menos potentes, mas em ângulos pouco comuns da quadra adversária. O passe é outro ponto forte. A eficiência da camisa 23 no fundamento diante dos Estados Unidos foi de 72,7%, abaixo apenas da líbero Camila Brait, cuja função é exclusivamente defender. Um reflexo da passagem rápida pelas areias, de acordo com Guimarães.

“Ela equilibrou o time no passe e fez as outras jogarem. Entendeu o espírito da coisa, a necessidade dela nesta função e cumpriu muito bem. A Mari melhorou muito depois que passou pelo vôlei de praia. A manualidade dela é diferenciada, consegue colocar bolas em ângulos que não é qualquer um que faz”, analisa o técnico. “Para ser uma jogadora de seleção você precisa estar 100% e disposta a compensar num aspecto quando outro não funciona direito. Sei do meu potencial e não vou me intimidar. Em quadra e nos treinos, farei de tudo para ganhar mais chances”, ressalta a ponteira.

Mari Paraíba reforça que pausar a carreira de jogadora foi necessária para quebrar a rotina que carregava desde os 14 anos. Depois do ensaio nu,ela estudou Artes Cênicas, participou de eventos e programas de TV, se arriscou no vôlei de praia, voltou às quadras no fim de 2013 e, após duas temporadas pelo Minas, ganhou a recompensa de estar na seleção brasileira, primeiro no Grand Prix, depois no Pan de Toronto. Os elogios das companheiras e do técnico, além da chance de poder sair de Toronto com uma medalha, a motivam ainda mais a deixar o rótulo de sex symbol para trás.

 

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