‘Família não está satisfeita com o aparecimento do corpo, queremos punição’

João Urtiga/Alagoas24horasOAB dá apoio a familiares de Davi Silva

OAB dá apoio a familiares de Davi Silva

Exatos 354 dias após o seu desaparecimento, a família do jovem Davi Silva dá como certa a localização do seu corpo. Apesar do resultado dos exames periciais ainda não terem sido apresentados, a mãe, a irmã e um primo do jovem acreditam que o cadáver encontrado em uma gruta no último sábado, 8, no Conjunto José Tenório, Serraria, é do adolescente desaparecido durante uma abordagem policial.

João Urtiga/Alagoas24horasMaria José Silva, mãe de Davi, vive martírio há quase um ano

Maria José Silva, mãe de Davi, vive martírio há quase um ano

Na manhã desta sexta-feira, família e Comissão de Direitos Humanos da OAB concederam entrevista coletiva à imprensa. Após a confirmação da identidade, outras perguntas devem ser respondidas, onde estava o corpo do jovem, uma vez que após um ano a condição de decomposição estaria mais avançada? Cativeiro? Escondido?

De acordo com o primo da vítima, o professor universitário Magno Francisco, a família acredita num conjunto de possibilidades que só serão esclarecidas pela polícia. “O próprio Ministério Público denunciou que houve sequestro e tortura seguida de morte. Não é difícil que o corpo estivesse também em cativeiro”, avalia. Magno também aponta a polícia como responsável pela morte. “Não existem outros suspeitos que não sejam os militares”, defende.

Bastante abalada, depois de quase um ano de expectativa, a mãe de Davi Silva, Maria José da Silva, afirmou não ter dúvidas de que o corpo pertence ao filho. Ela afirma ter reconhecido as roupas e os pés do jovem, que estavam amarrados. “Devem ter judiado dele”.

20150814_092708O primo de Davi Silva, por sua vez, afirma que a família não está satisfeita apenas com o aparecimento do corpo. “Queremos punição”. “A dor não pertence apenas à nossa família, mas à toda sociedade. É uma luta contra a violência institucionalizada”, afirma Magno Francisco.

Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL, Daniel Nunes, é preciso chamar a atenção para o crescimento da letalidade da polícia alagoana. Segundo Nunes, apenas nos primeiros anos mais de 60 pessoas morreram pelas mãos da polícia. “Isso traz consequências nefastas para a sociedade”.

O Ministério Público denunciou os policiais militares Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, Victor Rafael Martins da Silva e Nayara Silva de Andrade, todos integrantes da guarnição do Batalhão de Radiopatrulha, que teria abordado Davi Hora quando este estava na companhia de um amigo, que foi liberado.

João Urtiga/Alagoas24horasÚltima lembrança do jovem Davi, desaparecido aos 17 anos

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