Em meio à greve, Renan Filho anuncia 13 escolas integrais

Mesmo sem pôr fim no impasse com servidores, governo afirma investir na categoria com novas estruturas.

João Urtiga/Alagoas24horasRenan Filho, entre Luciano Barbosa e Luiz Dantas, anuncia escolas em tempo integral

Renan Filho, entre Luciano Barbosa e Luiz Dantas, anuncia escolas em tempo integral

Mesmo com toda polêmica envolvendo a greve dos servidores da Educação do Estado, paralisados desde julho, o governador Renan Filho anunciou na manhã desta segunda-feira (31), no Palácio República dos Palmares, a implantação do ensino médio em tempo integral em 12 escolas da rede de ensino. A metodologia deve entrar em funcionamento em sua totalidade a partir de 2016.

Apesar do investimento anunciado, o chefe do Executivo em Alagoas não citou a contratação de profissionais, nem o reajuste salarial de 13,01% pleiteado por membros do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal), que alegam trabalhar em condições precárias e atuarem dentro de um quadro de funcionários defasado que não supre a atual demanda, muito menos as novas escolas que estão sendo inauguradas.

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Paralisados há quase dois meses, e descumprindo a decisão judicial que determina o retorno imediato das atividades, a classe ainda sustenta a greve como última forma de pressionar o governo. “As escolas não estão paralisadas, 90% delas estão com aula, há uma greve de uma parcela pequena da educação e nós demos um aumento maior do que a inflação, em um ano muito duro. Estamos buscando a valorização profissional, mas não posso oferecer um aumento maior do que o Estado pode pagar. A inflação do ano passado foi 6,4% por exemplo, nós oferecemos um aumento de 7% para educação e a Prefeitura de Maceió deu 6,4”, pontuou o governador.

A justificativa é a mesma utilizada para os cortes da ordem de R$ 377 milhões do orçamento de Alagoas, onde as pastas da Educação e Saúde tiveram uma redução de 25% e 12% do direito ao montante. “O governo do Paraná depois de muita crise e confusão deu somente 3%. O governo de São Paulo, o estado mais rico do país e que passou quatro meses de greve, deu 0% de aumento. De maneira que o que fizemos foi valorizar a categoria, depois reconhecer sua importância, e dar um aumento real em um ano de crise”, diz Renan Filho ao citar ainda a recente queda no índice do Produto Interno Bruto (PIB) como fator que pode levar uma nova dívida. “Em um cenário que o Estado já não paga uma dívida com a união, isso aconteceu no Rio Grande do Sul, Sergipe e Pernambuco, aqui fazemos diferente e nós estamos cumprindo nossos compromissos”, garante.

Transporte escolar

Outra classe que demonstra estar insatisfeita com a atenção dada para a Educação é a classe dos transportadores escolares, principalmente os que trabalham sobre a demarcação de “alternativos”. Alvos de uma reformulação no serviço, os trabalhadores reclamam de dívidas contraídas na gestão passada e, ainda em maio deste ano, realizaram diversos protestos por não pagamento por parte do governo do contrato. A paralisação da atividade deixou cerca de três mil alunos da rede pública do Centro Educacional de Pesquisa aplicada (CEPA), no Farol, sem o transporte.

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Enquanto isso, no interior, há ainda o receio que os caminhões comumente conhecidos como “Pau de Arara”, armados no improviso e no péssimo estado de conservação, continuem a fazer o perigoso transporte de estudantes quando não há alternativas dos ônibus estaduais.

“Olha, o transporte escolar está acontecendo com regularidade em todas as regiões do Estado, não quer dizer que não tenhamos um problema, sempre há um ou outro, mas nós já escalamos a resolução na maioria dos municípios. Cerca de 70% já recebem o recurso na sua própria conta para fazer o transporte e, até o final do ano, esperamos fazer a transferência para todos os municípios de Alagoas”, diz Renan Filho.

Um incidente recente ocorreu em São José da Tapera, o problema no ônibus ganhou repercussão nas redes sociais. “Em São José da Tapera apresentou problemas, era um ônibus específico que chegou ao nosso conhecimento por meio da mídia e redes sociais, observamos e demos a solução e isso acontece sempre, afinal o Estado tem mais de 350 escolas, não é fácil articular todas elas, assim como a falta de um motorista, mas não há uma deficiência crônica como havia antes”, destaca.

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