Como identificar a Sepse, doença que mata em questão de horas

Ascom Santa CasaEquipe da CCIH envolvida na campanha de disseminação de informações sobre a sepse na Santa Casa de Maceió

Equipe da CCIH envolvida na campanha de disseminação de informações sobre a sepse na Santa Casa de Maceió

Antes de terminar esta reportagem alguém morrerá de sepse no mundo. Cerca de 20 a 30 milhões de pacientes são acometidos de sepse a cada ano no planeta, dos quais 400 mil somente no Brasil, com um registro de 240 mil óbitos em território nacional. Esse número de vítimas equivale a três estádios do porte do Maracanã, no Rio de Janeiro, lotados.

Em virtude destes números preocupantes, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) lançou o Dia Mundial de Combate à Sepse (13 de setembro) como forma de alertar a sociedade sobre o problema.

O que é a sepse?

A sepse é uma resposta desordenada e desproporcional do organismo contra infecções provocadas por bactérias, fungos, vírus entre outros. Esta tentativa exarcebada de combater o agente invasor acaba provocando inflamação generalizada em todo organismo, danificando órgãos e, por contraditório que pareça, facilitando a ação do agente invasor. “Se não tratada rapidamente, a sepse pode levar à morte em questão de horas”, explica o médico Fábio Lima, coordenador do Comitê Gestor da Sepse da Santa Casa de Maceió.

A campanha de combate à sepse é resultado de um empenho mundial coordenado pelo ILAS, com foco na melhoria da qualidade da assistência aos pacientes através do manejo de protocolos de diagnóstico e tratamento precoces.

“O objetivo é aumentar a percepção da sepse tanto entre profissionais de saúde como entre a população em geral. A sepse é uma doença tempo-dependente, ou seja, é uma emergência médica na qual todos os pacientes devem receber intervenções básicas, como antibióticos e soro intravenoso, dentro da primeira hora de diagnóstico. Apesar de colhermos culturas (de sangue, urina etc.), não esperamos esses exames para começar a agir”, resume Fábio Lima, acrescentando: “Em se tratando de sepse, a gente age e pergunta, tudo ao mesmo tempo”.

Em Alagoas

Atualmente a sepse é a principal causa de mortes em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), matando mais do que o infarto do coração e do que alguns tipos de câncer. “O Brasil tem uma das taxas mais altas de morte do mundo e nós precisamos reverter este quadro, envolvendo toda a população e evidentemente, melhorando a qualificação dos nossos profissionais de saúde”, acrescentou o médico Fábio Lima.

A instituição alagoana, inclusive, é um dos 40 centros hospitalares brasileiros associados ao Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS) entidade que, junto com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira e o Ministério da Saúde, busca reduzir a incidência da sepse no País.

Em Alagoas, a Santa Casa de Maceió participa da Campanha Mundial da Sepse desde 2008, mas foi em 2011, com a implementação do Protocolo Institucional de Sepse, que os números do combate ao problema ganharam maior visibilidade.

Números

No último trimestre de 2011, a Santa Casa de Maceió registrava 47,46% de óbitos em pacientes com sepse. Já no primeiro trimestre de 2012 esse percentual caiu para 43,05% e entre abril e junho para 42,1%. Entre julho e agosto, o índice sofreu sua maior redução, cravando em 29,72%, patamar que superou a meta estabelecida pelo Comitê Gestor da Sepse, que era reduzir o índice em cinco pontos percentuais ao ano. Considerando a evolução dos números desde 2011, a Santa Casa de Maceió reduziu em 53,4% a mortalidade dos pacientes diagnosticados com sepse.

Outros números confirmam os bons resultados obtidos com a implementação do Protocolo Institucional de Sepse. Segundo o ILAS, em hospitais públicos (vinculados à rede) a sepse grave e o choque séptico levam a óbito 61,5% dos pacientes acometidos pelo problema.

Já nos hospitais privados esse percentual é menor, gira em torno de 40,3%, ficando a média nacional em 51,9%.

Para alcançar este objetivo, a Gerência de Risco e Assistência Hospitalar e o Comitê Gestor promoveram diversos treinamentos com os colaboradores do hospital e com o corpo clínico institucional. “Além disso, assumimos a responsabilidade de acompanhar os casos da enfermidade, garantindo sua execução, gerenciando indicadores, devolvendo dados e intervindo quando necessário junto às diversas equipes e unidades da nossa instituição”, acrescentou Fábio Lima.

Fonte: Ascom Santa Casa

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos