Após acusação de agiotagem, ciganos voltam a ser presos por ameaça

Ciganos são acusados de coagir testemunhas integrantes do inquérito policial.

João Urtiga/Alagoas24horasDelegado federal André Costa explica motivos que levaram à nova prisão de grupo

Delegado federal André Costa explica motivos que levaram à nova prisão de grupo

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira, 14, cinco ciganos acusados de coagir testemunhas do inquérito resultante da primeira fase da operação Canal do Rio, que investiga a uma família de ciganos por tráfico de drogas, posse de arma, associação criminosa e crime de usura (agiotagem).

Os acusados detidos na manhã de hoje são os mesmos presos na primeira fase da operação e que haviam sido liberados mediante pagamento de fiança. À época, seis pessoas foram detidas, todas de uma comunidade cigana e integrantes de uma mesma família que vive acampada na cidade de Igaci, na região Agreste do Estado.

A Polícia Civil havia dado início às investigações que foram repassadas à PF em virtude da etnia dos acusados. Na primeira fase da operação a PF não encontrou drogas, mas flagrou os ciganos com armas. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão os policiais encontraram documentos que indicam de forma robusta que os ciganos praticavam crime de usura (agiotagem). No bojo da investigação a PF tomou conhecimento que após a liberação dos acusados, os ciganos teriam procurado testemunhas do caso para ameaçar essas pessoas de morte. A PF então, em conjunto com a 17ª Vara Criminal, pediu a prisão preventiva de cinco dos seis envolvidos sob pretexto de coação no custo do processo.

Entre os detidos hoje, quatro são irmãos e o quinto acusado é sobrinho dos demais ciganos detidos. A prisão preventiva, sem data limite, tem o objetivo de impedir que os acusados interfiram no curso das investigações e na produção de novas provas. “Quando pessoas investigadas pela Polícia Federal ameaçam e tentam coagir testemunhas temos a obrigação de interferir, sobretudo por que o crime não se dá contra essas pessoas e sim contra a própria Polícia Federal” relata o superintende adjunto da PF André Costa.

Nesta manhã, cinco mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos. Desta vez a PF encontrou pelo menos 30 escrituras de imóveis doados aos ciganos. Os antigos proprietários deverão ser ouvidos para esclarecimentos, mas a polícia acredita que as doações dos imóveis são na verdade pagamentos de dívidas adquiridas por meio de agiotagem. Além das escrituras a polícia também encontrou uma lista com nomes e valores que também será alvo das investigações. A PF não consegue precisar o tempo que os ciganos agem na região e nem a quantia negociada pelos acusados.

A polícia também investiga se as armas apreendida na primeira fase da operação eram locadas para cometimento de crimes na região.

Se condenados, a pena pode ser superior a 10 anos de prisão.

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