Acusados se recusaram a falar com a imprensa
Atualizada às 17h20
Uma operação da Divisão de Investigação e Capturas da Polícia Civil de Alagoas resultou na prisão de sete pessoas nessa quarta-feira, 28, acusadas de associação para o tráfico, organização criminosa, porte ilegal de arma e munição, adulteração e roubo de veículos.
A investigação, segundo o delegado Ronilson Medeiros, teve início há quatro meses, após interceptação de ligações telefônicas que indicavam que o preso Cícero Ferreira da Silva, 40, conhecido como Barão, ordenava ações criminosas de dentro do sistema prisional de Alagoas, uma prática cada vez mais comum. Barão cumpre pena por homicídio desde abril de 2014 e comandaria uma quadrilha que conta entre seus integrantes o próprio filho e a esposa.
A partir das escutas, os policiais da Deic chegaram à mulher de Barão, a jovem Érica Carla Santos da Silva, 23, seu filho, José Bruno Ferreira da Silva, 20, Elias da Rocha Santos, 26, que cumpriu pena por duplo homicídio em Olho D’Água das Flores, Thiago Carvalho da Silva, 29, que trabalha como despachante do Departamento Estadual de Trânsito, Samuel Deodósio dos Santos Gaspar, 23, e João Virgínio dos Santos Neto, 26.
Delegado Ronilson Medeiros
Ironicamente, a polícia chegou ao bando graças a uma ação criminosa inusitada, realizada na manhã de ontem (27) em Limoeiro de Anadia e já relatada pelo Alagoas 24 horas. Os suspeitos invadiram uma residência, se passando por policiais federais e roubaram um celular e R$ 1.100. O dinheiro seria utilizado para a atividade fim da quadrilha, a comercialização de drogas.
Os falsos agentes seriam Thiago, Samuel, José Bruno e Virgínio que utilizaram durante a ação uma Amarok roubada no sábado. Nesta quarta, 28, os acusados foram à sede do Detran tentar ‘esquentar’ o documento do veículo com a ajuda de Thiago e foram presos em flagrante pelos policiais civis.
Em Anadia, foram presos Érica Carla e Elias, recém-integrado ao bando. A quadrilha ainda realizaria um sequestro na próxima sexta-feira, na cidade de Rio Largo. O alvo não foi informado pela polícia judiciária.
Apresentados pelo delegado Ronilson Medeiros, os acusados – à exceção de Barão – não quiseram falar com a imprensa e foram encaminhados para serem submetidos à audiência de custódia, inovação do Tribunal de Justiça.
A Polícia Civil afirmou ter encontrado com os acusados dois revólveres, dois veículos cuja procedência está sendo investigada, munição 38, .40 e 380, além de TVs e celulares.
Em contato com a redação do Alagoas24horas, o Sindicato dos Despachantes do Estado de Alagoas (SINDESPEAL), informou que Thiago Carvalho da Silva, apontado como despachante, não atuava na área de forma regular. O sindicado infirmou que para ser despachante, o indivíduo precisa ser cadastrado no Sindicato, que é regido por uma Lei Estadual. Os despachantes cadastrados têm identificação, selo, procuração e são acompanhados pelo Detran. Thiago Carvalho da Silva atuava de forma clandestina.
