Juros do cartão, que já chegam a 415% ao ano, vão subir mais em 2016

Às vésperas do Natal, os brasileiros que foram às compras e optaram por financiá-las levaram um susto. Os juros médios cobrados pelas instituições financeiras bateram recorde e não devem parar de subir no próximo ano. A taxa rotativa do cartão de crédito chegou, em novembro, a incríveis 415,3% ao ano, o nível mais elevado desde o início da série histórica do Banco Central, em março de 2011. Nos 11 primeiros meses de 2015, a alta dos encargos cobrados nessa modalidade chegou a 83,7 pontos percentuais.

No caso do cheque especial, o custo médio anual cravou 284,8%, a maior taxa desde maio de 1995. De janeiro a novembro, o aumento foi de 83,8 pontos. O único alívio veio do crédito pessoal não consignado, cujas taxas caíram 8,9 pontos em novembro, para 120,4% ao ano. Mesmo assim, essas operações ficaram 18,5 pontos mais caras neste ano. Os aumentos significativos ao longo de 2015 levaram a taxa média de todas as modalidades de crédito para pessoas físicas a 64,8% ao ano, maior patamar registrado pela autoridade monetária.

Diante desse quadro, os especialistas são unânimes nas recomendações aos consumidores: fujam de empréstimos e crediários. Assumir prestações, só em casos de extrema necessidade. O país está em recessão, a inflação se mantém acima de 10% e o desemprego dá sinais de que chegará com tudo no ano que vem. Nesse ambiente tão adverso, quem insistir em se endividar corre o sério risco de cair na inadimplência.

Segundo os analistas, os bancos não darão folga à clientela. Como o BC já indicou que aumentará a taxa básica da economia (Selic), que está em 14,25%, as instituições repassarão aos consumidores o custo maior que terão para captar recursos no mercado. Para piorar, com a perda do selo de bom pagador do país por duas das maiores agências de classificação de risco, a Standard & Poor’s (S&P) e a Fitch, os bancos terão dificuldade para se financiar no exterior. Ou seja, a clientela se deparará com escassez de crédito e juros nas alturas.

Fonte: Correio Braziliense

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