Situação recorrente: alagoano “Rei da Clonagem” é preso em Vitória

A Gazeta (ES)Leonardo é conhecido como Rei da Clonagem

Leonardo é conhecido como Rei da Clonagem

Presente em festas da alta sociedade, sempre munido de boa lábia e muita cara de pau, Leonardo Byernes Carvalho Gonçalves, 32, é considerado pela polícia como o maior estelionatário do Espírito Santo. Conhecido como “Rei da Clonagem”, ele foi preso nesta quinta-feira (28), na Praia do Canto, em Vitória, após aplicar um golpe de R$ 30 mil.

Segundo o delegado Daniel Belchior, da Delegacia Regional de Guarapari, Leonardo é investigado há dois meses após uma vítima procurar a delegacia informando que seu cartão bancário havia sido clonado. Dias depois, outra pessoa do mesmo município procurou a polícia com a mesma reclamação.

“Só essas duas vítimas de Guarapari tiveram um prejuízo de R$ 30 mil, somando os dois casos. Começamos a investigação e outras vítimas da Grande Vitória apareceram. O Leonardo conseguia dados de clientes de bancos e com a máquina de clonagem, clonava cartões e fazia saques e compras no débito ou no crédito”, explicou.

O delegado completou que além de clonagens, o acusado praticava outros tipos de golpes, como pedir dinheiro emprestado. Após aplicar um novo golpe, Leonardo desaparecia dos lugares onde morava, deixando para trás dívidas de aluguéis e condomínios. A facilidade para mudar de endereço foi o que mais prejudicou o trabalho da polícia. O acusado costumava refugiar-se em Alagoas, sua terra natal.

Mas a rotina de golpes chegou ao fim na manhã desta quarta-feira após a polícia encontrá-lo em uma apartamento na Praia do Canto, em cumprimento de mandado de prisão. Na casa do acusado foram encontrados mais de 50 cartões de crédito, uma máquina de clonagem, seis identidades falsas e 28 chips de celulares.

Ele foi autuado por furto mediante fraude, estelionato e falsidade ideológica, sendo encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Guarapari. Segundo o delegado, as investigações continuam e pode ser que ele seja autuado por outros crimes. A polícia procura agora possíveis comparsas de Leonardo.

Golpista já foi preso antes e fazia faculdade de Direito

Velho conhecido da polícia, essa não é a primeira vez que Leonardo Byernes Carvalho Gonçalves, 32, vai parar atrás das grades. Ele já foi preso em Alagoas, sua terra natal, praticando os mesmos crimes.

A primeira prisão foi em maio de 2013. Leonardo estava em uma movimentada praia de Maceió quando foi encontrado pela polícia através de uma denúncia.

Ele usava diversos nomes de vítimas em cartões e cheques que ele mesmo clonava. Na ocasião, a polícia apreendeu a impressora e as máquinas eletrônicas que clonavam os cartões e cheques.

Em 2014, o acusado já estava nas ruas aplicando novos golpes, mas foi novamente preso em Alagoas, através de um mandado de prisão por homicídio, crime que ele foi absolvido meses depois. Na época, a polícia encontrou com o acusado cerca de 300 cartões clonados, documentos falsos, cheques falsificados e maquinetas de fazer cartões.

Já na casa dele, a polícia achou cartões de várias bandeiras, inclusive internacionais, além de um pequeno laboratório com materiais usados para confeccionar os cartões.

E as prisões não pararam por aí. Em agosto de 2015 Leonardo foi detido pela terceira vez ao tentar fazer um compra com um cartão falso em uma joalheria. Ele estava com R$ 34 mil, além de 12 cartões de crédito de diversas bandeiras.

Após ser preso nesta quinta, Leonardo, que estudava Direito, disse que pretendia parar de aplicar golpes.

Ostentação para Atrair Amigos

Passando-se por pessoa de classe média alta, Leonardo Byernes Carvalho Gonçalves, 32, preso ontem, costumava ostentar riqueza para atrair novos amigos. Era dessa forma que ele conseguia ter uma boa vida, morando sempre em áreas nobres.

“Muito articulado, ele envolvia as pessoas até conseguir ganhar a confiança delas. Depois começava a pedir dinheiro emprestado. Ele também pegava empréstimos em financiadoras com falsas identidades. Assim, ele conseguia manter o padrão de vida”, disse o delegado Daniel Belchior.

As novas vítimas eram encontradas em festas de luxo que ele entrava fazendo pulseiras falsas. O Réveillon, por exemplo, ele passou em uma luxuosa festa em Porto Seguro. “No apartamento dele encontramos eletrodomésticos de última geração, cinco celulares dos mais caros, dois notebooks. Ele estava acompanhado de uma mulher e até na hora da prisão tentou atuar, fingindo que não era ele”.

Fonte: A Gazeta (ES)

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