Estudo mostra que a maioria dos adolescentes fora da escola não completaram o Ensino Fundamental

AssessoriaAlunos em sala de aula

Alunos em sala de aula

São Paulo, fevereiro de 2016 – O Instituto Unibanco realizou um estudo para identificar o perfil e principais características dos jovens de 15 a 17 anos que não concluíram o Ensino Médio e estão fora da escola. A mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostrou que ainda existem 1,3 milhão de jovens nestas condições e faixa etária. Com base nos dados do IBGE, o estudo mostrou que 52% destes jovens abandonaram os bancos escolares antes mesmo de concluírem o Ensino Fundamental, e que gravidez, no caso das meninas, e necessidade de trabalhar, no dos rapazes, são as principais dificuldades enfrentadas pelos jovens de 15 a 17 anos e que os levam a abandonar os estudos.

Os meninos evadem mais que as meninas – 14% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola e não completaram o Ensino Médio. Destes jovens, 63% estavam trabalhando ou procurando emprego. Entre as mulheres a proporção é de 12%. Do total de 1,3 milhão de jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem Ensino Médio concluído, 610 mil são mulheres. Mais de um terço das jovens que deixaram de estudar já eram mães. As jovens mães que persistiram nos estudos representam apenas 2%.

Estes dados foram apresentados na quinta edição do boletim Aprendizagem em Foco, que é produzido periodicamente pelo Instituto Unibanco com o intuito de abordar e discutir assuntos relevantes para a educação no país, com o apoio de pesquisas, estudos e experiências nacionais e internacionais.

Grupos vulneráveis

Segundo Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco, os jovens que sequer completaram o Ensino Fundamental representam o grupo mais vulnerável. “Este é o dado mais perturbador de todos. São cidadãos que, caso não voltem a estudar, terão altíssima probabilidade de inserção precária no mercado de trabalho, além de não terem tido seu direito assegurado à Educação Básica. Outro grupo que também preocupa pelas mesmas razões é o dos que completaram o Fundamental, mas não concluíram o Médio”, diz Henriques.

Entre outras razões que levam ao abandono, e que estão mais ligadas ao ambiente escolar, estão a repetência e o desinteresse do jovem pelos estudos, motivados pela baixa qualidade do ensino e por um currículo, especialmente no Ensino Médio, enciclopédico e com sem flexibilidade para escolhas.

“A escola tem grande dificuldade de lidar e acolher grupos de alunos vulneráveis. Com isso, o aluno vai repetindo ano após ano, a defasagem aumenta em relação aos outros alunos e ele acaba largando a escola. Ou seja, os mais vulneráveis não conseguem passar algumas etapas e ficam pelo caminho. É importante reconhecer que há perfis com maior probabilidade de evasão e são necessárias estratégias pedagógicas específicas para esses jovens”, explica Henriques.

O estudo do Instituto Unibanco, além de entender o perfil do jovem que evade da escola, identifica em quais momentos esse movimento ocorre. Esses resultados devem orientar, assim, as políticas públicas que visam assegurar que todos os jovens tenham seu direito de aprender e concluir o Ensino Médio.

Boletim Aprendizagem em Foco

O boletim do Instituto Unibanco é publicado quinzenalmente e trata a cada edição de um tema único, com o apoio de pesquisas, estudos e experiências nacionais e internacionais. Além das comunidades escolares participantes do Jovem de Futuro, iniciativa do Insituto Unibanco, o boletim Aprendizagem Em Foco é enviado para Secretarias de Educação, pesquisadores e fundações, institutos e organizações não governamentais que atuam na área da educação. Os interessados também podem ter acesso por meio do site do Instituto Unibanco ou podem enviar um e-mail solicitando o cadastro para o endereço: instituto.unibanco@institutounibanco.org.br.

Sobre o Instituto Unibanco

Criado em 1982, o Instituto Unibanco – uma das instituições responsáveis pelo investimento social privado do Itaú Unibanco – é uma organização que atua com ações voltadas para a melhoria da qualidade da educação pública brasileira com foco no Ensino Médio. Atualmente, o Instituto Unibanco concebe, avalia e dissemina tecnologias sociais no sentido de contribuir com mudanças na realidade do Ensino Médio para ampliar as oportunidades educacionais dos jovens, em busca de uma sociedade mais justa e transformadora. Na visão do Instituto, uma educação de qualidade é aquela que considera, entre outros aspectos, os princípios democráticos, de diversidade e de equidade.

 

Fonte: Assessoria

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos