A assistência em saúde mental e a falta de leitos nos hospitais de Maceió para pacientes com problemas psiquiátricos voltou a ser discutida pela Câmara Municipal, durante sessão ordinária desta terça-feira (12). O problema foi trazido a Plenário pelo vereador Cleber Costa (PP). Os parlamentares demonstraram preocupação, pois são vários os casos de não internação nos últimos meses, o que coloca em risco a saúde dos pacientes e causa transtornos para os parentes deles, que são obrigados a mantê-los em casa, sem as devidas condições e sem a medicação necessária.
Segundo o vereador, além da carência na rede hospitalar, o atendimento não é o adequado, pois a estrutura deficiente oferecida não assegura a plena recuperação dos pacientes, fugindo ao que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS). “É uma situação muito complicada e preocupante, que precisa da união de todos para superá-la”, disse Cleber Costa.
O vereador Chico Filho (PP) lembrou que nem mesmo a contratualização tem atingido os objetivos e se confirmando como uma alternativa. “Se não há uma quantidade suficiente de leitos, busca-se a disponibilidade na rede privada, em outros hospitais, mas este tem sido mais um ponto do problema maior”, afirmou.
De acordo com o presidente da Casa, Kelmann Vieira (PSDB), o tema será debatido de forma mais aprofundada durante audiência pública a ser realizada em maio. “Apresentei um requerimento solicitando a discussão e o pedido foi aprovado por unanimidade pelos meus pares. Portanto, vamos promover um amplo debate a respeito desse problema. Queremos reunir aqui no Plenário, todos os agentes envolvidos com a questão e mais do que tratar da gravidade dessa situação, queremos buscar e tentar viabilizar soluções”, disse Kelmann.
Ainda segundo ele, que ressaltou que acompanha o dia a dia do setor, sobretudo no que se refere ao atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), a constatação é de irregularidades gravíssimas nas clínicas de internação. “É um retrocesso manter determinados hospitais ainda abertos, se não cumprem ou não têm como manter um atendimento dentro do que se estabelece como uma assistência humanizada. Por isso, estou convencido de que a alternativa é um investimento maior nosCaps, principalmente nas unidades voltadas para o álcool e drogas, os chamados Caps AD”, disse ainda.
Diante das dificuldades financeiras do Município e do corte de verbas por parte do governo federal, o presidente da Câmara destacou o esforço da coordenadora de Saúde Mental de Maceió, Tereza Tenório. “Tem sido uma luta gigantesca para garantir o funcionamento da rede e, mais do que isso, ampliá-la”. Ele lembrou que, nesta segunda-feira, foi assinada a ordem de serviço para a reforma e ampliação do Caps Rostan Silvestre, na Jatiúca. “A unidade vai passar a funcionar 24 horas, com atenção também voltada para os portadores de autismo”, explicou. “Fico feliz com esta obra, pois é uma solicitação nossa, prontamente atendida pelo prefeito Rui Palmeira (PSDB).
ORDEM DO DIA – Durante a sessão ordinária, os vereadores aprovaram ainda, em primeira discussão, dois projetos de lei, criando o Dia Municipal das Flores, a ser comemorado anualmente no primeiro sábado de janeiro, de autoria do vereador Cleber Costa, e o Dia Municipal do DJ, em 09 de março, de autoria da vereadora Silvania Barbosa (PRB).
Foram aprovados ainda requerimentos, solicitando melhorias nos bairros da Capital e uma Moção de Congratulações pelo Dia do Metalúrgico, comemorado em Alagoas, no último dia 11 de abril, de autoria do vereador Dudu Ronalsa (PSDB).
