A noite dos punhais, nos partidos

Há um clima de insatisfação-e preocupação- com a matemática eleitoral nas eleições proporcionais entre os três caciques que disputam o Palácio República dos Palmares- neste caso, Fernando Collor (PTB), Ronaldo Lessa (PDT) e Teotonio Vilela Filho (PSDB).
No caso de Collor, as coligações- pelo menos esse é o entendimento inicial-não beneficiam Francisco Tenório (PMN) e Cícero Ferro (PMN). Existem discussões? Claro, mas ao lado disso há o fantasma da não eleição de ambos. Esta é uma previsão dos coloridos, não necessariamente a das urnas.
No lado de Vilela, no PSB, há uma intestina briga com o deputado federal Givaldo Carimbão. Kátia Born e Tereza Nelma não estão na lista dos pretensos eleitos a Assembleia Legislativa-muito menos Alberto Sextafeira-e o nome de Carimbão é tratado como o responsável pelas articulações pouco vantajosas. Especula-se a desistência de Born e Nelma. As duas negam.
Há ainda o nome de Ada Mello (PTB), foco de nova preocupação do PSB. Entende-se que ela não será eleita a Câmara Federal, mas tiraria votos de eleitores cativos (e católicos) de Carimbão. Ada Mello pode desistir da disputa? A possibilidade existe e vai aí uma longa distância entre a teoria e a prática.
A ala lessista enfrenta, por enquanto, um efeito mais radical. A vereadora Rosinha da Adefal se movimenta na coligação para desistir de disputar qualquer mandato este ano. A resposta deve sair ainda hoje. No PDT, a expectativa é das costuras já definidas, portanto, os acordos não podem ser quebrados e o PT do B deve, no máximo, substituir nomes nas proporcionais, garantindo apoio a Lessa. Credita-se os efeitos da crise no PT do B ao presidente do partido, Marco Toledo. Exclui-se o deputado Antônio Albuquerque.
E novos fantasmas surgem nos partidos. Advogados eleitorais estão sendo consultados no tema "fidelidade partidária". Quem mudou de partido pode ser cassado por infidelidade pela coligação, mesmo que a engenharia nas legendas calculasse outros números, mais confortáveis aos profissionais de política.