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Após 16 anos, Collor e Renan juntos

A volta do senador Fernando Collor (PTB-AL) a uma posição de destaque na política nacional reviveu uma velha aliança com o Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado. Articulador da vitória de Collor para a Comissão de Infraestrutura, Renan tem com o ex-presidente uma relação de idas e vindas. Foi de seus primeiros apoiadores, quando Collor se elegeu presidente, mas depois se afastaram.
O ex-presidente é provável candidato ao governo com apoio de Renan. E, se Collor precisa de Renan no Senado, Renan precisa dele para se reeleger, conquistando uma das duas vagas. Devem ainda disputar o cargo o usineiro João Lyra (PTB) e o ex-governador Ronaldo Lessa.
A vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSol) não revelou se vai disputar o Senado, governo ou mesmo tentar de novo a Presidência. Se optar pelo Senado, é considerada a candidata mais forte, o que obriga Renan a buscar de fato o apoio de Collor para enfrentar Lyra e Lessa na disputa da segunda vaga.
Os petistas correm por fora, mas ainda não têm um nome fechado para o governo.
“A trajetória política de Collor e Renan em Alagoas chama a atenção. Eles sempre se trataram mal, mas deixaram margem para reeleição. Em um determinado momento, Collor precisou de Renan na política; agora, é ele quem precisa de Collor”, diz o professor Alberto Saldanha, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense.
Para o professor, o discurso de Renan e Collor já está pronto: a “velha união” por Alagoas. “Não existem as circunstâncias para Renan; ele é quem se adapta a elas. Não há discussão de conteúdos programáticos. Só os interesses pessoais.”
E um provável cenário que une PT, PTB e PMDB, conforme o desenho nacional, promete não ser tranquilo. “É quase impossível uma aliança com Collor. Ele representa as oligarquias políticas de Alagoas”, diz o presidente estadual do PT, Ricardo Valença. “Os dois (Collor e Renan) têm uma relação normal. Houve um estremecimento, quando Renan era candidato a prefeito em 1992. Esse episódio está superado”, diz o vice-governador, José Wanderley Neto (PMDB).

(Odilon Rios/O Globo/8 de março)

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