Assaltos com hora marcada ameaçam escola no Vergel

A escola estadual Rodriguez de Melo, no Vergel do Lago, enfrenta situação inusitada: todos os dias, existe a certeza de que pelo menos um aluno vai ser assaltado na porta da escola ou no entorno da instituição de ensino. Pior: as abordagens acontecem às sete da manhã, às onze e meia e às 13 horas ou no finalzinho da tarde, horário que a criançada retorna para suas casas.
Por falta de efetivo, o Batalhão Escolar só pode visitar a escola à noite. Exatamente o horário onde as ocorrências diminuem. Mas, não são menos significativas.
Problema é que os assaltos têm se tornado cada vez mais violentos. Uma das alunas, na semana passada, foi abordada na porta da escola. Antes da aula, sentiu-se mal. Os pais foram chamados para acudi-la e ela teve de ser levada às pressas para casa, em estado de pânico; as professoras não saem nem chegam sozinhas à escola Rodriguez: são acompanhadas pelos maridos. As aulas estão comprometidas porque há professores querendo desistir ou que já largaram o ofício. É a escolha pela sobrevivência.
Sem ação, a direção da escola recorre aos professores. Eles redigem documento, endereçado a promotora Cecília Carnaúba, do Ministério Público Estadual. Querem marcar dia e hora para fechar de vez a escola, temendo o pior. Na descrição deles, um professor assistiu, das janelas da escola, um assalto contra um aluno do Rodriguez e nada pôde fazer: o bandido estava armado. Era o aluno do dia, com assalto de horário marcado.