Caos da saúde nos corredores da defensoria pública

A greve dos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS)- para a realização do cirurgias eletivas- aumentou em 400% a demanda de atendimentos na Defensoria Pública Estadual. É que a população- sem o socorro dos hospitais particulares conveniados pelo sistema (suspenso desde o ano passado), e a falta de estrutura da saúde pública, com unidades superlotadas (vide-se este final de semana o Hospital Geral do Estado)- tenta garantir o cumprimento da lei: ter saúde, pela via judicial.
Antes da greve, os defensores recebiam 3 ações por mês; hoje são 150. São procedimentos de média e alta complexidade. Vão desde a garantia de remédios no atendimento a epiléticos até casos terminais de câncer. Até mães que precisam de leite especial para os filhos recém nascidos são atendidos pela defensoria.
Mas, se é difícil este acesso à saúde pública por 94% da população dependente desta única alternativa, o que dizer do Estado? Pois bem: pela mesma defensoria, há dificuldade para o cumprimento das decisões judiciais. Por isso, ameaça-se o bloqueio das contas públicas. A prisão do gestor público, neste caso, do secretário de Saúde, é a pior das hipóteses.
Alagoas tem 52 hospitais, excluindo postos de saúde.