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Coisas de ser crise, contadas pela profecia

A década de 50 teve dois governadores com discursos e posições políticas diferentes, mas iguais na tentativa de se eleger como heróis no resgate do esfrangalhado tecido social alagoano, sujeito a palavra "crise" e ligada a um eterno sebastianismo. Não muito diferente dos tempos eleitorais de hoje.
Mas, era a década de 50, de Arnon de Mello e Muniz Falcão. Tal como hoje, a Alagoas de ambos era a dos subnutridos, famintos, desiludidos, desenganados. Os que não tinham mais fé. Os que escutaram a voz de Cassandra. Bela, profética, morta por suas previsões.
Dos dois, a rogativa por mudanças. Discursos entremeados pelas dificuldades, antes e depois de assumirem o comando das contas. Ambos levando a crise como uma justificativa para um eventual fracasso à frente do Executivo.
O professor Alberto Saldanha analisa o Governo de ambos. Interessante como os discursos encaminhados a Assembleia Legislativa revelam essa tentativa de exorcizar o passado. O passado carrega a cruz no presente. Mas, o passado não tem responsáveis, tem o perpétuo desejo pela sede de heróis. Os heróis, que com espadas nas mãos, fustigam os dragões da nossa maldade- a da condenação de viver eternamente das sucessivas crises. E da dependência federal.
Assuntos mais próximos do dia a dia são lembrados pelos candidatos ao Governo de hoje. Oculta-se, novamente, o passado. Surgem, de novo, as mãos dos herois, um substituto da falta de quase tudo, além do oferecimento da crise para mover as moendas da política de comadres.
É o debate despolítico. Uma estratégia para fazer surgir Dom Sebastião, o rei português aguardado por 300 anos, morto na África.
O "bem estar da gleba" pode ser uma alternativa para construir uma interpretação paralela da nossa história política. Uma história inventada por nossas Cassandras. Tão imaginativas, proféticas, mortas no final pela crise. A crise do futuro que nunca chega.
Para acessar o trabalho do professor, basta copiar e colar o endereço:
http://sites.google.com/site/revistacriticahistorica/numerozero/existe-uma-alagoas-colonial/governadores-alagoanos-e-os-tempos-de-antes

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