Collor, o impeachment e a quadrilha do Mensalão

Faz vinte anos que o senador Fernando Collor foi apeado da Presidência da República. E também faz vinte anos que nunca se provou qualquer ato de corrupção por parte do então presidente. Afinal de contas, foi a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Até hoje se fala em tráfico de influência, participação de PC Farias em negócios escusos do governo, mas a Justiça, em nenhuma momento, sentenciou que ele era culpado. Muito pelo contrário. Collor foi absolvido e até ganhou uma ação contra uma das maiores revistas deste país.
Dizer que Fernando Collor de Mello é inocente, talvez seja imprudente. Principalmente pelos assessores que ele colocou no poder. Infelizmente, teve que pagar o pato, ou seja, ser responsável pelo que aconteceu no país.
Quando se fala em PC Farias, observam que este teria sido um gangster, um facínora. Um homem que sempre esteje à margem da lei. Mas não é isso que a história revela. PC sempre foi, com muita propriedade, um homem acostumado a realizar com sucesso seus projetos e suas missões. Na época da CPI, ele disse uma coisa que poucas pessoas tiveram corajem de dizer: tudo isso é uma hipocrizia. E essas revelações persistem até hoje.
No Caso da Mensalão, condenar a penas extremas Roberto Jeferson, que ainda continua na presidência do PTB, é querer jogar no lixo a coragem de denunciar uma quadrilha que ainda está no poder. Que Jeferson seja punido, porque sabia do esquema do Mensalão. Mas que teve a coragem de denunciar os ladrões do dinheiro público.