Deputados perdem o mandato e vão para a cadeia

O voto do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal na ação 470, ou o escândalo do Mensalão, já era esperado por todos. Pelo seu comportamento durante o processo, seria dele o voto de desempate que iria cassar o mandato de Valdemar Costa Neto, João Paulo Cunha e Pedro Henry, atolados até o pescoço no Mensalão.
Agora, não tem mais o que a Câmara dos deputados reclamar. A decisão do STF é soberana e os deputados, depois de todos os recursos permitidos em lei, serão cassados e passarão a cumprir as penas a que foram condenados.
Embora conste na Constituição de que mandatos de deputados só serão cassados pelo plenário da Câmara, não teria sentido esses parlamentares serem condenados à prisão e ficarem amparados com um mandato eletivo. E o ministro Celso de Mello sacramentou a decisão do Supremo, sentença que foi lida pelo atual presidente Joaquim Barbosa, na sessão plenária realizada nesta tarde.
Como manda a lei, o STF vai aguardar e julgar todos os recursos que deverão ser impetrados ao longo desta semana para, então, com a sentença transitada em julgado, os deputados e os seus outros companheiros se recolherem à prisão.
O Supremo Tribunal Federal deu uma demonstração de maturidade e responsabilidade e alertou para todos os agentes públicos, de que não se deve brincar com a Justiça. Que não se pode meter a mão no dinheiro público oriundo dos impostos do suor do povo brasileiro. Que o governo, por mais forte que seja, deve cumprir ao pé da letra a Carta Magna do País com isenção, com respeito às instituições e com responsabilidade. Que os assaltantes de plantão fiquem sabendo de que o Supremo Tribunal Federal estará sempre atento à possibilidade de alguém querer meter os pés pelas mãos, em nome de um Poder que certamente é passageiro.
Que o Supremo Tribunal Federal atenda à Procuradoria Geral de Justiça e determine a prisão de todos os envolvidos. Afinal de contas, o lugar deles é na cadeia.