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E quando matar vira passaporte na política?

Alguém aceitaria um assassino ou pessoas indicadas por ele trabalhando dentro da própria casa? E qual deveria ser a reação das pessoas quando alguém aceita, de livre e espontânea vontade, que um assassino mutile e despeje sangue de pessoas todos os dias, nos arredores da própria casa- e este assassino receba um tratamento cerimonioso, de esquecimento de seus crimes?
As respostas podem ser rápidas e conclusivas, mas elas ganham na política uma dose de relativismo- coroada esta semana por Lula com a união entre Judas e Jesus.
O assassino pode ganhar a licença para matar quando ele oferece algo em troca. São os votos de ouro, tão necessários para manter este pacto entre dois lados- o do governante e o do apadrinhado. Portanto, aceita-se o beijo do assassino, transformando-o em apaniguado para “esfriar” uma relação, transformando a cruz em uma barganha da coisa pública. Esta é a casa que moramos.
Fora dela estão os outros lugares. Os governantes selam seus pactos com os coronéis urbanos, estes travestidos em fundações de fachada, que transformaram uma vida parlamentar em justificativa para trucidar pessoas. Devidamente justificados pela governança, vereadores ou deputados carregam suas licenças para matar: seus mortos são traficantes. Para os criminosos com licença para matar e devidamente impunes, os mortos são não-cidadãos. Dentro e fora de casa (neste caso, a “casa” é o Governo e fora dela, a periferia)- os governantes oferecem o desaparelhamento das polícias, que é a arma da omissão, para que políticos- chefes de quadrilhas, larápios do dinheiro público- descaracterizem um corpo, chamado de traficante, como os leprosos o eram nos registros bíblicos. Ambos ganham o escárnio, as pedradas, o desprezo.
Mas, esta impunidade é seguida pela deliquência, algo não controlado pelos semi-deuses da política, beatificados pela coisa estatal.
Esta luta contra a impunidade move pais e mães cansados de verem tombar seus filhos, chamados de traficantes pelos fariseus da política e da banda podre da polícia, esta última sob o beneplácito de um deputado em Brasília ou uma declaração cínica de uma Assembleia Legislativa. Quase sempre- polícia e políticos- unidos nas execuções misteriosas e quase nunca esclarecidas. É um pedaço do Brasil. Pode ser assim em qualquer lugar.
São moradores como os da Chã Nova, que não estendem uma roupa nos varais por debaixo das amendoeiras, na linha do trem, com o risco de os traficantes roubarem o tão pouco, quando tantos desviam milhões. Com a diferença que estes outros aboliram os varais na porta de casa.
Todos os assassinos são iguais e merecem ser retirados de circulação. Todo ato de um assassino levanta indignação na sociedade, e maior ela se torna quanto mais cruel é um crime. E quando o assassino é um deputado estadual ou um vereador? E quando sabemos que entre os políticos não existe indignação quanto ao relato de mães e pais cujos filhos tombam todos os finais de semana sob suas mãos? E quando se ouve que, na política, ao invés de traição fala-se em barganha entre o assassino e o governante para que a casa seja administrada em nome de uma coisa chamada "democracia"?

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