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Elle não é o mesmo, mas os cabelos…

Em 1989, o jovem governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, encantava a imprensa nacional, esbanjando vitalidade, atacando os marajás. Assumia a posição de caçador dos ociosos e preguiçosos locados na máquina pública, com fartos salários no final do mês. Contra a inflação, exclamava a frase que entrou para a história: "Vou acabar com a inflação com um tiro só".
Em 2010, em seu lançamento ao Governo, o senador Fernando Collor falava em avanço da idade, enquanto passava as mãos pelos cabelos brancos. Mas, o discurso e as palavras de efeito continuam as mesmas. Atacou os "bandidecos de merda", pediu que "deixassem Alagoas", para que "Alagoas voltasse a ter paz".
São mudanças da história. Os marajás eram ricos, sugavam a Viúva com seus rosáceos beiços; os "bandidecos", nas palavras de Collor, são pobres, fruto do mata-mata diário em todas as partes de Maceió. Não mais exclusividade da periferia, a quem Collor dirigiu suas troantes palavras.
Claro, não é isso o que a prática diz, como se mostra na Assembleia Legislativa, pejada de exemplos e pistolas. Mas, exemplo é exemplo e em um renhido quadro, com Collor, Lessa e Téo Vilela disputando uma vaga só, por que querer brigar com todos?
Mais: por que falar em marajás quando Alagoas lidera as estatísticas da violência no Brasil? Bandidecos e merda para todos.
Há atualizações no discurso. Os jovens, os mesmos que são assassinados todos os dias no Estado- e nas estatísticas são os "bandidecos de merda"- terão emprego e renda com ajuda do Governo Federal. Uma forma de atrair um eleitorado mais novo- os anteriores a 1992 vão diminuindo as fileiras. Nada se perde, como diria Lavoiseir. E estes fins justificam os meios, com bem sabe Maquiavel.
Todas estas são garantias de um governador- disse Collor- que acordará cedo todos os dias, assim como seu vice, o vereador Galba Novaes. "Deus ajuda quem cedo madrugada". Um ditado? Uma crítica ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB)?.
Em uma convenção tímida, as críticas foram diplomáticas, republicanas. Ou críticas de quem vai a uma eleição sem querer criticar ninguém.

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