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Emancipemos Alagoas

Ana Claudia Laurindo

Este emblemático 16 de setembro de 2010, nos leva a refletir sobre o significado ontológico de Emancipação! Margeando o dia 03 de outubro e seus aprisionamentos simbólicos, onde tudo o que nos falta é liberdade de escolha no sentido de romper com os grilhões do passado! Não é permitido ver outros rostos, senão os mesmos já tantas vezes apresentados! Rostos marcados pelo compromisso com o descaso pelas vulnerabilidades, corrupção de variadas designações e violências, mortes por encomenda e por omissão!
Fortes investidas na manutenção das conduções ideológicas naturalizadas, coerção e compra barata de votos, esta última instituída no imaginário coletivo, deixando o eleitor à espreita de uma oferta, uma migalha, para depositar na urna suas desilusões em forma de voto. Mesmo sob o impactante discurso dos defensores da democracia, o silêncio oculta as negociações no mercado social das representações políticas alagoanas, sob os dejetos do analfabetismo e da fome.
Uma maquinaria institucional habilmente dirigida convence a população do seu desvalor, quando a justiça ajuda a pensar que os caciques eleitorais realmente, detém todo poder. Como por exemplo, no caso de Cícero Cavalcante, (ainda) prefeito de São Luiz do Quitunde apesar da dúvida jurídica sobre seu quarto mandato consecutivo. Adiantará falar em democracia apenas no dia das eleições?
A cotidianidade é o que revela sobre quais valores se regem as instituições, este déficit em defesa da justa gerência dos bens públicos, é imperdoável. Pois a partir disso ocorrem os crimes coletivos, que resvalam na dor da miséria e todas as formas de exclusões. Não é apenas o dinheiro da merenda que é desviado, é todo o conjunto do fazer educativo que é desfalcado, pois uma sucessão de crimes simbólicos se encadeia, matando desde a qualidade até a estima.
O sentido de pensar com honestidade é sobejamente corrompido, o avesso da ética avança. E se repete aqui: manda quem pode e obedece quem tem juízo. Prova-se na prática. Assassinatos reafirmam o poder de quem pode pagar para matar. Ninguém sabe, ninguém viu, enquanto assistimos mais um funeral de quem contrariou a lei da força. Nos salões de hotéis de luxo, a fina nata da política se refestela, indiferente.
Há emancipação em Alagoas? Uma conjuntura que secularmente promove a impunidade e incentiva a opressão sabe o que é liberdade? Apesar das compensações naturais, apesar da poesia de suas orlas e da beleza de seu povo, Alagoas não tem o que comemorar, porque ainda não se emancipou para a democracia.
Ana Claudia é cientista social e mestra em Educação

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