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Explosão: erros, negligência e falha humana

A Petrobras conclui esta semana o laudo que aponta as causas do acidente na estação de Furado, em São Miguel dos Campos. Segundo um técnico da empresa e outro, que também ajuda na elaboração do documento, ambos ouvidos pelo blog, uma sucessão de erros pode ter ocasionado a explosão do dia 23 de setembro, que matou quatro pessoas.

Ponto fundamental: dos quatro funcionários mortos, três eram pedreiros de uma empresa terceirizada- estavam no local errado, em resumo. Os pedreiros foram contratados para construir batentes ou pequenas pontes na estação, um serviço “normal”. Uma destas pontes passava por cima da tubulação de gás, onde houve a explosão.

Naquele instante, o quarto funcionário, este o técnico especializado, fazia a manutenção da tubulação de gás natural. O problema é que, antes, o técnico desligou apenas uma das válvulas da tubulação, esta na própria Estação de Furado.

O procedimento correto seria desligar uma espécie de chave geral, esta em outra estação mais adiante, em São Miguel. “Houve excesso de confiança”, confirmou uma das fontes, que também participa da elaboração do laudo.

Na avaliação de ambos, ouvidos pelo blog: se a chave geral estivesse desligada, não teria havido a explosão. Ela aconteceu porque um caminhão, que levantava a tubulação de 200 quilos – que ajudava o técnico durante a manutenção – estava ligado. Houve um erro, possivelmente falha humana, gerando o vazamento, com uma pressão de 60 quilos saindo da tubulação e direcionada ao veículo e suficiente para arrastá-lo (o caminhão) por alguns metros.

Com o motor do veículo em funcionamento, uma fagulha causou a explosão, que atingiu o técnico e os três pedreiros. O incêndio só acabou quando a chave geral foi desligada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas.

Por que não ter desligado a chave geral antes, para a realização do trabalho? De acordo com as fontes, o problema é que para a manutenção da tubulação, caso a chave estivesse desligada, automaticamente interromperia o fornecimento de gás para Sergipe. Será que não se teve que fazer uma escolha entre manter o fornecimento a outro estado e a continuação do trabalho, mesmo sob riscos?

Apenas o Instituto de Criminalística, para onde o laudo será encaminhado, dará esta resposta. A análise do IC será da ficha técnica do pessoal que trabalhava no setor, para saber se eles tinham especialização – ou não- naquela função.

A previsão é que o laudo elaborado pela Petrobras, o mesmo que será construído pelo Corpo de Bombeiros em conjunto com dois peritos da Polícia Federal, traga assim escrito: “Ação pessoal acidental” provocada por “imprevidência, imprudência ou negligência”.

Com a análise da ficha técnica e a conclusão – quase inegável- que os trabalhadores do setor eram altamente especializados para o serviço, sobra apenas a palavra negligência, incluindo a falha humana, nas palavras das fontes.

Quem errou? Apenas o IC dará a resposta, levando em conta as conclusões dos laudos.

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