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Governador e juiz divergem sobre atentado

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o juiz Marcelo Tadeu se encontram no Palácio República dos Palmares. Será uma conversa sobre um suposto atentado ao juiz Tadeu, ex-titular da Vara de Execuções Penais. O crime estaria vinculado à execução do advogado mineiro Nedson de Freitas, ocorrido em 3 de julho, uma sexta-feira, no bairro de Mangabeiras.

A versão de Tadeu é que as balas que mataram o advogado eram endereçadas a ele. O assunto não é novo, apesar de ter sido tratado em sigilo até hoje, mas veio à tona depois do pedido de prisão da promotora Marluce Falcão, acusada de coagir a testemunha Antônio Wendel Melo Guarnieri, do caso Gil Bolinha.

A possibilidade do atentado foi levantada pelo próprio juiz. Ele estava na cena do crime do advogado. E existem alguns elementos que ligam a testemunha ao crime.

Ouvido pelo blog, Vilela confirmou ter sabido da versão do suposto atentado ao magistrado e pediu investigação da Polícia Civil.

"Fiquei preocupado e pedi investigação. Inclusive, havia informação que o advogado tinha a mesma descrição de Marcelo Tadeu. Mas, isso [o atentado ao juiz] foi descartado. A versão é a atual". Sustenta a polícia que o crime é passional.

Tadeu duvida: "Para mim é estranho o governador defender isso. Não fui sequer ouvido e eu estava no local do crime. Não fui arrolado como testemunha”

UM CRIME

Assim contou o juiz: era sexta-feira, 3 de julho, quando ele cruzou com o advogado mineiro. Não se conheciam. Instantes depois ouviu os tiros. Nedson de Freitas estava morto.

No sábado, Tadeu ligou para o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim. O juiz disse ter falado com pessoas, que trabalham próximo ao local do crime. Ouviu de pessoas da região que os criminosos atiraram no advogado e um deles disse ser engano. “Foi engano, foi engano”, descreveu o magistrado: “A primeira bala bateu na perna. Isso para a vítima cair. Eles perceberam que era a pessoa errada. Mas, tinham que continuar atirando para matar”, explicou.

Correram as investigações. Testemunha do crime, o juiz não foi ouvido pelo delegado Paulo Cerqueira, responsável pelo inquérito. Vieram novas informações. Uma calça e uma camisa, usadas pelo advogado, eram semelhantes a de Marcelo Tadeu no dia da execução. “Comecei a duvidar que o crime era passional”.

Prestando solidariedade à promotora Marluce Falcão, a esta altura acusada de coação de testemunha no caso Gil Bolinha, surge um outro pedaço da história. Antônio Wendel Melo Guarnieri, que recebeu o benefício da delação premiada por denunciar integrantes de uma quadrilha de assaltos a banco- da qual ele fazia parte- no Maranhão, havia dado um depoimento, em poder da 17ª Vara, que investiga o crime organizado alagoano, disse ter sido contratado para matar uma autoridade alagoana, que mora na praia. Recebeu uma moto, duas pistolas .40 e R$ 20 mil.

As balas que mataram o advogado eram de pistola .40. Testemunhas afirmam ter visto uma moto no local do crime. Marcelo Tadeu estava no local do crime. E ele mora na praia.

“Eu fiquei preocupado pelo valor: R$ 20 mil, preço de execução de juiz. Pessoa rafamé custa R$ 1.000”, contou Tadeu. Ele falou à promotora Marluce Falcão da outra peça do quebra-cabeças da história. No depoimento, Wendel diz que ao falar quem seria a autoridade (a testemunha não diz quem é), um comparsa teria fugido. “Como sou conhecido por ser pai dos presos, acho que o outro ficou com medo e fugiu”.

“Quero ter a certeza que o crime foi passional e saber quem foi e todos os detalhes. Para mim, a investigação tem buracos”, disse Tadeu.
Contactada pelo blog, Marluce Falcão confirmou a conversa com Marcelo Tadeu e os detalhes, colhidos pelo blog. E a versão contada pela testemunha, valores, motos e armas. “Mas, por uma questão ética não posso dar os detalhes porque tudo corre em segredo de justiça”.

“Não quero distribuir acusações, mas a polícia está se baseando no depoimento de um acusado em crimes para me incriminar. Na semana passada, a Polícia Civil me condecorou com uma medalha, reconhecendo meu trabalho. E agora?”, disse a promotora. Ela aparentava tranquilidade, na conversa por telefone na manhã desta quarta-feira.

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