Governo dá resposta transferindo 29 bandidos

A decisão ontem de transferir os mais perigosos bandidos para prisões de segurança máxima, já deveria ter sido feito há muito tempo, pois mais cedo ou mais tarde eles iriam aprontar. E o fizeram, incendiando ônibus para desafiar o governo e causar pânico à população. Talvez agora, com essa medida da secretaria de Defesa Social, os ânimos sejam acalmados, ou outras reações poderão advir das providências tomadas. O que todo mundo deseja é uma ação firme de governo e, mesmo atrasada, ela está chegando. Da mesma forma que a imprensa divulgou os atos de terrorismo dos marginais ordenando que coletivos fossem incendiados, também estamos divulgando a transferência desses bandidos para fora de Alagoas. Nunca, em tempo algum, esconder a notícia, como quer os órgãos de segurança.
O estado anunciou também que estão chegando a Maceió amanhã mais 41 policiais da Força Nacional, para aumentar o contingente dos que já estão por aqui. Vai resolver o problema da violência? Claro que não.
Seria necessário não apenas mais 41 militares da Força Nacional e sim mais uns mil, fazendo uma avaliação por baixo.
Os marginais sabem que é fácil roubar em Alagoas. E as estatísticas dos últimos dias mostram que o estado está entregue à violência. Os traficantes e vândalos fazem arrastão, incendeiam carros e ônibus nos bairros da capital, assaltam as lojas, usuários que sacam dinheiro em bancos, roubam bancos no interior, casas lotéricas, agências dos Correios e amedrontam comerciantes e a população.
A decisão do governo de trazer para serviços burocráticos 800 militares que estavam na inatividade e colocar os que realizam esses serviços nas ruas, sem preparo físico e longe das operações policiais, não vai dar solução nenhuma.
Todo mundo está careca de saber que segurança é algo mais do que querem fazer a população engolir. São requisitos básicos de trabalhos profissionais e não ações amadorísticas, embora o coronel Dário César, da Defesa Social tenha se esforçado para enfrentar o banditismo. E não será nenhum super-homem que vai resolver os graves problemas da segurança pública, sem estrutura suficiente para combater a criminalidade.
A polícia agora começou a fazer a sua parte. Nós, jornalistas, estamos fazendo a nossa.