Blog

Usuário Legado

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Lessa ajuda Renan, mas Renan vota em Teotonio

A eleição de Ronaldo Lessa ao Governo é tratada no mercado político como uma das maiores articulações para salvar não apenas o mandato do senador Renan Calheiros (PMDB), mas para garantir a Renan o conforto de votar em Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao Governo, deixando a Lessa um bote que naufraga rumo ao fundo mais profundo da política. Será o início do fim da carreira de Ronaldo, em resumo.
Na reunião de ontem, em Brasília, a foto dos caciques reunidos (Carlos Lupi, ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, Rosiana Beltrão, ex-presidente da Associação dos Municípios e Ronaldo Lessa) mostra bem o tamanho de Renan Calheiros. Se quisesse sair ao Senado, Lessa, por pressão de Lula a Lupi, perderia a legenda, neste caso, o PDT. Político nenhum no Brasil se elege sem partido. E não dá tempo mais para a mudança de partido. Portanto, Lessa poderia até sair ao Senado. Ficaria sem apoio e sem partido.
Aceitando, por pressão, concorrer ao Governo, tem outra obrigação: apoiar a reeleição de Renan. O Palácio República dos Palmares sinaliza que não terá um candidato ao Senado que possa atrapalhar os planos de Renan. Uma reunião do PSDB estava marcada para lançar um senador tucano em janeiro. Tudo esquecido.
Descarta-se, a princípio, o advogado José Costa, do PPS, um dos mais ferrenhos inimigos de Renan, como representante do Palácio na disputa ao Senado. Renan, assim, terá o conforto de subir em dois palanques: o de Teotonio Vilela- em quem votará ao Governo- e Lessa.
O que pode garantir agora uma eleição com menos traições será o vice. Lessa quer Ada Mello, suplente do senador Fernando Collor (PTB), por não ter rejeição e amplo trânsito entre os católicos. Cogita-se Célia Rocha (PTB), ex-prefeita de Arapiraca, para garantir que Collor não trairá Ronaldo. Ou, para amarrar o palanque e evitar que Renan peça votos a Vilela, Ronaldo pode pedir Renan Filho (PMDB), prefeito de Murici, para vice. Assim, Renan teria de subir no palanque com ele, ao lado do filho, apesar de isso não ser garantia nenhuma que o pai peça votos a Teotonio Vilela.
UM TERRENO NO CÉU
Com o terreno limpo, sem Ronaldo para atrapalhar Renan, o próximo alvo é o delegado José Pinto de Luna, do PT. Como haverá dificuldades de se enquadrar o delegado, que “não venderá a alma ao diabo”, como tem dito, os petistas serão pressionados. Quem se rebelar, perde cargos na adminstração pública. Neste caso, do aliado do Palácio do Planalto, o prefeito Cícero Almeida (PP).
E o deputado federal Benedito de Lira (PP)? Também deverá sair da disputa ao Senado, especulando-se uma chance de ser vice de Ronaldo Lessa. Ajudaria o filho, o deputado estadual Arthur Lira (PP) a se eleger a deputado federal. Em eventual derrota de Ronaldo Lessa ao Governo, Benedito teria a chance de um cargo federal no Ministério das Cidades. Isso, se aceitar continuar na política.
Todo o jogo tem um fundo: a vereadora Heloísa Helena (PSOL) é praticamente o primeiro voto na disputa ao Senado. O segundo, nas articulações casadas entre o Palácio do Planalto e o Palácio República dos Palmares, deve ser de Renan, em confortável opção de escolher quem quiser, ao Governo.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos