Blog

Usuário Legado

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Lessa e a caridade de quem o detesta

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) quer voltar à cena pública. Seus disparos são, costumeiramente, contra o Palácio República dos Palmares. Atinge novamente secretários e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Cita ainda Kátia Born, sua ex-aliada; fala do senador João Tenório (PSDB)- para Lessa- o “representante do sindicato dos usineiros”, é a nova-velha história do “atraso”. O ex-governador não quer conversa com o sindicato. Um Lessa mais light: cansou de correr na direção dos usineiros; quer, hoje, rasgar as versões da história.
Parece- Lessa- o “cara” do Cazuza, na música “O tempo não para”. Sua metralhadora é cheia das mágoas das acusações do passado tucano, tenta sobreviver na política da caridade de quem o detesta. Ao falar, joga a profecia no xadrez da política: “Mas se você achar/ Que eu tô derrotado/ Saiba que ainda estão rolando os dados/Porque o tempo, o tempo não pára”. Esse é Cazuza. Em Lessa, o passado parece gemer ou se contorcer.
Mas, em tempos de soerguimento, nada deve ser igual ao passado. O ex-governador aposta em uma aproximação com o prefeito Cícero Almeida (PP) para uma “blindagem” política. Ele é processado em todas as instâncias, desde o Ministério Pùblico Federal, passando pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. A imunidade parlamentar é a chance do homem que um dia foi o mais poderoso destas bandas de permanecer intocado.
O ex-governador rola ainda os dados dos outros: um “acordo” entre ele, a vereadora Heloisa Helena (PSOL) e Almeida para os três não disputarem os mesmos cargos eletivos. A princípio, o senador Renan Calheiros (PMDB) seria um concorrente dele ao Senado. Mas, como uma novela, levanta a dúvida sobre o final: “Não sei se Renan é candidato ao Senado”.
As declarações de Lessa foram feitas na manhã desta terça-feira, em uma entrevista ao radialista França Moura, na rádio Jornal. Para o ex-governador, ao contrário do “cara” de Cazuza, ele sobrevive com muitos arranhões. Em 2002, falou, depois de ter ganho a reeleição ao Governo, sobre seu adversário, o ex-presidente Fernando Collor de Mello: “havia enterrado a República das Alagoas”. Em entrevista nesta terça-feira, relembrou o episódio: “Do jeito como era, a República foi enterrada”. Lessa tenta uma aproximação com Collor na política. Diz que não vai procurá-lo, quer um aceno do outro lado, de Collor. E o senador vai procurá-lo? Bem, as gaivotas voam somente para buscar comida.
Lessa quer iniciar já as articulações para 2010. Afinal, os dias dele andam de par em par. O PDT ganhou a promessa de mais uma secretaria na administração estadual. Articula-se um “frentão”, no ensaio de um cenário que tem como ponte Cícero Almeida mirando a sede do Governo Estadual. Vilela não tem pressa em definir nada. Lessa, este sim, deve ter muita. Afinal, ele vê seu futuro repetir o passado.
Mas vê-lo dar entrevistas não deixa de ser um museu de grandes novidades. Assim é a política.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos