Luna, agora, disputa o Senado de Renan

O superintendente da Polícia Federal, José Pinto de Luna, vai mesmo deixar o cargo, mas não Alagoas. É ele candidato ao Senado, em 2010, em uma das duas vagas abertas para o ano que vem. Um dos espaços, como se sabe, é desejado pela vereadora Heloísa Helena (PSOL); o outro, agora, é olhado por Luna. Vai escolher partido até 15 de agosto. Tira dez dias de férias. Fará a transição do cargo, na PF, para José Walter Teixeira, superintendente adjunto da PF no Maranhão.
A entrada do delegado da PF no xadrez eleitoral desarruma o jogo e parte das composições costuradas para a reeleição do poderoso Renan Calheiros (PMDB). E esta será uma reeleição difícil para Renan, talvez seu pior momento político. Há oito anos, Renan era quase uma unamidade entre prefeitos, deputados federais e qualquer dos governantes que passassem tanto pelo Palácio República dos Palmares quanto pela Prefeitura da capital. Sua passagem parava Alagoas; seus discursos eram cortejados; seus aliados, disputados.
Hoje, Renan administra a monumental crise que ameaça o presidente do Senado, José Sarney (PMDB/AP)- às vesperas de um afastamento, antecedido por um forte desgaste e isolamento político de Sarney e dele mesmo, Renan. Algo acompanhado pelo Palácio do Planalto quase sem nenhum esforço de reversão. Mesmo para ajudar Renan. Expectativa nas próximas horas.
Poucas vezes Renan teve candidatos tão fortes, quanto ele mesmo, em uma eleição. A diferença é que Luna e Heloísa vão disputar os votos de opinião, eles- também- os definidores de uma eleição. É a massa crítica da população, não necessariamente a mais letrada. São aqueles que acompanham o cenário alagoano há 20 anos. Se Renan terá estes votos? A campanha e as urnas darão esta resposta.