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MP investiga desvios de doações das enchentes

O Ministério Público Estadual começou a investigar um esquema, supostamente envolvendo um coronel, um capitão e um tenente do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, em desvios de doações para pessoas atingidas pelas enchentes. As doações de todo o País estariam tomando um rumo diferente: a casa de bombeiros e servindo até para barganha eleitoral, na votação de outubro.

O esquema foi descoberto por um integrante do próprio Corpo de Bombeiros e funcionava assim: bombeiros que precisassem de sandálias novas, por exemplo, desviavam parte de um carregamento para um galpão, escolhiam os pares e entregavam as sobras ao CB, onde é feita a triagem dos donativos. Outros materais como sabonetes, objetos de uso de pessoal e até talheres estão na lista dos produtos desviados.

No dia 12 de julho, um caminhão com mais de mil pares de sandálias Havaianas, doadas pelo fabricante, chegou a um galpão da Secretaria Estadual de Educação e Esportes na Avenida Rotary. Um livro de registros do galpão atesta a entrega do carregamento. No dia 13, o portão do galpão veio abaixo, ferindo o filho do vigilante do lugar. “O portão da entrada principal do depósito caiu sobre o filho do vigilante Cláudio”, atesta o livro de registros.

Um oficial, designado para fazer a separação dos donativos, ao chegar ao galpão para ajudar o ferido, notou uma movimentação considerada por ele estranha: parte das sandálias estava sendo levada para um veículo, pertencente a um outro oficial. De acordo com o Boletim da Corporação, de uso interno, o oficial deu voz de prisão ao colega. Um coronel e até um deputado federal apareceram no galpão. O caso acabou “abafado”.

Dias depois, houve outro flagrante: uma doação de R$ 50 mil em produtos de uso pessoal foi novamente saqueada por bombeiros. Estes materiais foram doados pela Receita Federal. O secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, fez o flagrante pessoalmente e determinou, no dia 17 de julho, a abertura de uma sindicância para apurar o caso. Um bombeiro está preso.

O blog tentou, na tarde desta terça-feira, contato com o secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, e com integrantes do comando do CB. Ninguém foi localizado. A assessoria de Rubim informou que ele estava em reuniões; o coronel Neitônio Freitas, do CB, não atendeu às ligações.

“Os oficiais confirmam que a distribuição era desorganizada, e que inclusive chegavam pessoas ao Corpo de Bombeiros dizendo que ajudariam a levar e levavam para casa ou tinha gente que entrava com uma roupa ou sandália velha e saía com uma nova. Mas, não havia desvios feitos pelos bombeiros”, disse o advogado dos oficiais, Tales Azevedo.

Os depoimentos no MP seguem nesta quarta-feira, dia 21.

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