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MP investiga três policiais na morte de Barateiro

Pelo menos três policiais, um deles civil, podem ser os responsáveis pela morte do comerciante Célio Gomes de Oliveira, o “Célio Barateiro”, vice-prefeito de Satuba. As conclusões- ainda não definitivas- são dos promotores do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do delegado Geral da Polícia Civil, Marcílio Barenco e da Promotoria de Satuba.
Um destes policiais é conhecido como “cabo Valmir”. Sua aparência física é a mesma descrita pela única testemunha que presenciou o assassinato do comerciante: moreno e alto. As investigações vão mostrando que ele, supostamente, saiu do carro, uma pick up strada preta, 1.8, atirou em Barateiro e o carro arrancou, pela BR, dirigido por outros dois policiais. Chama a atenção que o carro quase bateu, de frente, em uma carreta.
Por causa disso, Barenco rastreia os donos de todas as pick ups strada preta no Estado. Porém, uma informação, investigada pelos três lados, dá conta que o carro pertence a Sérgio Murillo, o “Sérgio do Ovo”, um dos acusados pelo crime e indiciado pela polícia civil alagoana.
A Estação de Rádio Base (ERBs), que abriga os celulares “8833”, pertencentes ao Estado, foram incluídas nas investigações porque há suspeitas que os policiais ligaram de um destes celulares, avisando para alguém, supostamente “Sérgio do Ovo”, sobre o desfecho do crime: o assassinato de Barateiro.
DUAS VISITAS
Sabe-se até agora que cabo Valmir foi ao Instituto Médico Legal (IML), com Sérgio do Ovo. Lá encontraram um primo de Barateiro. Sérgio, descrevem as investigações sigilosas, teria tomado um susto: “O Célio é seu parente?”. Edilson desconfiou da pergunta. Tudo aconteceu enquanto se esperava a liberação do corpo do vice-prefeito.
Outro dado chama a atenção. A visita de cabo Valmir ao presídio militar ao PM “Geraldo”, preso pelo assassinato. Ele deixou uma pista. No livro de visitas, disse que ele entrou como “corta cabelo”, linguagem para “cabelereiro”, o que, segundo foi informado ao blog, não haveria necessidade de ser feito. No presídio, “Geraldo” apontou para Valmir: “Um de vocês é quem deveria estar aqui, em meu lugar”. O serviço de inteligência, do MP, detectou este diálogo.
ANTÔNIO ALBUQUERQUE FORA
Há uma certeza interna que Barateiro não morreu pelas mãos do grupo político de Cyro da Vera Cruz, que era candidato a prefeito da cidade, muito menos havia interesse do deputado Antônio Albuquerque (sem partido), afastado do cargo, em mandar fuzilar o comerciante. Cyro e Albuquerque serão ouvidos nos próximos dias por Barenco, mas apenas para complementar o inquérito- quase pronto- do caso Barateiro. Nem o Ministério Público vê necessidade direta em se ouvir AA.
Ao contrário, é a situação de Cícero Ferreira da Silva, o Titor, prefeito de Satuba que ganha novos contornos. Nos bastidores, tanto do Gecoc, quanto a Delegacia Geral quanto do MP, o chefe do Executivo é sim considerado autor intelectual da trama. Não só porque as cartas anônimas contra ele, mas pelas ligações entre o prefeito e Sérgio do Ovo.
Titor foi advogado de defesa de Sérgio no caso do assassinato de um mecânico; pessoas da família de Sérgio trabalhavam na Prefeitura de Satuba, gestão Titor, apesar de Sérgio ter dito que estava “neutro” na campanha eleitoral. Promotoria de Satuba, Gecoc e Delegacia Geral da Polícia Civil descartam a suposta neutralidade.
Há ainda o depoimento da ex-mulher de Adalberon de Moraes, ex-prefeito de Satuba, Fátima Pedrosa, confirmando o que Titor havia dito antes à imprensa: os freqüentes encontros dele com Adalberon, na prisão.
Para os três lados (polícia, promotoria, Gecoc), é quase impossível separar as relações entre Titor e Sérgio do Ovo. E o motivo do assassinato: Célio Barateiro espalhava por Satuba que ele e Adalberon “mandariam” na Prefeitura. Titor seria um chefe do Executivo, sem papel nenhum.
A assessoria de Titor nega que ele tenha sido o mandante do assassinato. E que as matérias, nos jornais, contrárias a Titor são espalhadas na cidade na tentativa de desqualificá-lo no cargo.

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