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‘Não houve pedido de Renan e Collor por Heloísa’

Considerada o nome mais forte para enfrentar Renan Calheiros (PMDB) na disputa por uma vaga ao Senado, a vereadora Heloisa Helena (PSOL) responde, há cinco meses, a um processo de cassação de mandato que pode atrapalhar seus planos de voltar a Brasília.
Heloísa é acusada, pela vereadora Tereza Nelma (PSB), de quebra de decoro parlamentar, por tê-la chamado de “porca trapaceira” e “ladra de prótese de criancinhas”, além de ter desviado R$ 162 mil de verba de gabinete para o próprio bolso.
“Ouvimos a Tereza Nelma e a Heloísa, que fez a defesa oral e por escrito. Agora, aguardamos a posição da Câmara, para nos enviar a cópia dos áudios das duas sessões com os ocorridos”, disse o relator do processo, vereador Galba Novaes (PRB), sem dar prazos para a entrega do material. Após a chegada das provas, os vereadores terão que fazer cinco sessões para avaliar as acusações e colocar o assunto em plenário, para decidir se Heloísa terá o mandato cassado ou não.
Esse é o primeiro processo de quebra de decoro parlamentar contra um vereador na história do legislativo municipal. É também o único que pede a perda de um mandato. Na Câmara, há vereadores respondendo, na Justiça, por acusações de compra de votos e assassinato. “Vereador pode roubar cofres públicos, mas não pode chamar o outro de porco”, disse Heloísa, em uma das poucas vezes a falar do assunto.
Além disso, na Câmara, há dois políticos considerados os “padrinhos” de alguns vereadores da capital: os senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB). Há dois anos, Renan e Heloísa bateram boca no plenário do Senado, quando Heloísa pedia a cassação do mandato de Renan, acusado de ter contas pessoais pagas por um lobista; Renan acusou Heloísa de dever mais de R$ 1 milhão a Receita Federal. Juntos novamente na política, Collor deu as ordens ao seu grupo político: reeleger Renan é a prioridade número um.
Ao ser questionado pelo blog sobre interferências políticas, como dos senadores Fernando Collor ou Renan Calheiros ou qualquer político, respondeu: “Não houve pedido nem de Collor, nem de Renan, nem do governador nem de ninguém para não levar o processo adiante ou pedir cassação. Eu me restrinjo a comentar sobre isso na Comissão de ética. O caso será analisado sob a ótica jurídica”, explicou Novaes, dizendo ainda que quatro procuradores da Câmara também analisam o caso.
Um dia antes da resposta de Heloísa no plenário, Tereza Nelma foi voto vencido em um projeto de Heloísa, que estendia por mais três meses o mandato de conselheiros tutelares na capital, até a realização de eleições, sob pena das crianças ficarem desamparadas e sem assistência dos Conselhos Tutelares. Com forte influência eleitoral em conselhos tutelares de Maceió, além da Sociedade Pestalozi, onde foi presidente, Nelma não gostou da proposta e ambas trocaram ironias, até a reação de Heloísa, em plenário.
Heloísa foi proporcionalmente a vereadora mais votada do Brasil, com quase 30 mil votos. É a única que se recusa a receber a verba de gabinete: R$ 27 mil, porque esta verba é questionada pelo Ministério Público Estadual. Também requereu cópias, ao Ministério Público Federal, de gravações que podem incomodar parte da classe política alagoana: são investigações sobre esquemas de desvios de dinheiro de prefeituras, da Operação Gabiru. Nestas gravações, prefeitos supostamente negociariam programas de sexo com crianças. Heloísa é presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara.

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