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O engenheiro, o ex-governador, a imunidade

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o engenheiro Ronaldo Lessa são duas pessoas diferentes. É assim, comparando-se 2010 e 1992- da liderança emergente ao político em busca da blindagem, sobrevivendo aos processos judiciais na imunidade parlamentar.
Em 1992, disputando a Prefeitura de Maceió, na coligação PT/PSB, o então engenheiro Lessa tinha o descrédito das pesquisas eleitorais- Ibope e Datafolha (criados em 1990)- dando vitória ao candidato apoiado pelo então governador Geraldo Bulhões: José Bernardes.
Teotonio Vilela Filho experimentava as urnas à Prefeitura, apoiando em 1986, Fernando Collor de Mello, mas em 1992 travestia-se de oposição, após o afastamento de Collor da Presidência da República. Vilela virou usineiro, não dissociou sua imagem de Collor e ainda tinha o acordo dos usineiros- editado três anos antes- para explicações. Imagem taxada pela esquerda.
O engenheiro Lessa disputava um cenário sem a liderança de Collor, a desmantelada direita e a ascensão da esquerda. Foi para o segundo turno. Ganhou de Bernardes. Em 1992, Bernardes tinha Bulhões na campanha, era apoiado por 25 dos 27 deputados estaduais, 15 dos 21 vereadores de Maceió. O engenheiro Lessa tinha os protestos de parte da esquerda, criou a frente anti-GB. Ganhou, mas não transferiu votos para formação de uma bancada na Câmara.
Dezoito anos depois, Collor volta ao cenário nacional, Lessa é próximo a Collor. Internamente, o PT se movimenta para sair, sem Lessa, ao Governo, retomando o longínquo 1992, em tempos de Dilma Rousseff, do Bolsa Família e da distribuição de dinheiro da Previdência Social em Alagoas- que não convenceram os eleitores, como se acompanha nas votações petistas a chefia do Executivo estadual ou municipal.
Neste cenário, Lessa tenta se manter na disputa e se o fizer não o acompanhará o fossilizado chapão. Sairá amanhã a resposta esperada, em reunião com Carlos Lupi, presidente do PDT e ministro do Trabalho. Collor saberá se Lessa será um ex-governador em busca da imunidade parlamentar ou o engenheiro de 1992. Nem Collor subestima a capacidade de Lessa. Nem Lessa a fase nacional (ou nacionalizada) de Collor.
Serra em baixa, Nonô na parada
Sairá amanhã, também, a resposta sobre a coordenação de campanha do presidenciável José Serra (PSDB). Em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas quem assumirá o posto é José Thomáz Nonô (DEM). As pesquisas derrubam Serra no Nordeste. Nonô continua na disputa a Câmara Federal.
Espuma baixar
A respeito do lançamento indireto de Collor ao Governo, Nonô define assim: “É espuma. Vou esperar baixar. Quero que ele mesmo diga isso”. O delegado José Pinto de Luna (PT) diz que o cenário se torna menos polarizado: “Se Lessa assume a candidatura, ficam duas vagas ao Senado. E tem a chance do PT, se quiser, lançar candidatura ao Governo”.

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