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O valor da lei no mundo dos arcanjos

O valor de uma lei pode ser definido pelo simples e quase desesperado jogo político para salvar um deputado estadual da forca do Tribunal de Justiça (TJ). Foi assim com as muitas conversas de 20 parlamentares, número raríssimo até em sessões para deliberar projetos de interesse da sociedade, na tarde de sexta-feira, agindo em defesa de um par. Ou deles mesmos.
Mas, a tal da lei deve ser respeitada. Mas, ela tem seus meandros, suas chicanas. Pode se adaptar a pistolagem, na tentativa de ajudar os anjos. Ou transformar os santos em bandidos. Afinal, para alguns, talvez a lei só é de fato lei quando não enfrenta o status quo, o que está posto desde sempre: certos estão os que ocupam as bandas de cima. O TJ mostrou que a lógica pode ser contrária, porém não por muito tempo.
Era quase nenhuma a movimentação do tribunal para que se cumprisse a determinação de afastar um deputado. Nem o prazo de 24 horas foi respeitado pela Assembleia, para se cumprir a decisão judicial . Esse é o lado mais duro da tal da Justiça cega, isso apesar dos esforços para lavar as paredes do plenário legislativo, empreendido pelo TJ e o Ministério Público Estadual.
Só que dois dias depois da determinação do desembargador Orlando Manso, que chamou um deputado de semi-deus, era possível observar que, na Assembleia, 20 destes semi-deuses ocupavam a posição de arcanjos. Cabia ao anjo Toledo ser intelocutor de uma negociação política estranha com o humano, demasiado humano, TJ: lei é lei, mas tem lá suas exceções.
E nas exceções a lei, fica-se a ideia que o crime compensa. Uns desviaram R$ 300 milhões, outros energia elétrica, ainda há aqueles que mataram (e matam) para permanecer no fantástico mundo dos sem-lei, que é a Assembleia.
Essa Casa de Tavares de Bastos não é exatamente o resultado da escolha das pessoas esfomeadas, pobres, miseráveis e desgrenhadas vendendo seus míseros votos. Ela é o acúmulo de um silêncio de instituições inteiras, durante anos. Gavetas blindando as sombras dos arcanjos.
Um silêncio custoso, sob o manto do crime. Casos assim, tão freqüentes no passado, a sociedade alagoana prefere não lembrar mais.

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