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OAB: 2.500 crianças queimadas, espancadas…

Se o futuro de um lugar pode ser avaliado pelo tratamento dado às suas crianças, o que dizer destes dados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL): só em 2008, 20 mil crianças (0 a 12 anos) foram vítimas de algum tipo de violência, a maioria doméstica. Isso em Alagoas.

Na lista, há crianças espancadas, queimadas, na mendicância ou ainda abusadas sexualmente. Este ano, os dados preliminares apontam 2.500 novos casos, todos recolhidos aos conselhos tutelares. Quem trabalha com esta área, sabe que os abusos são muito maiores e vão além dos números. Mas, pelos que aparecem, percebe-se que pouco ou quase nada acontece para alterar o contexto perverso.

O presidente da Comissão da OAB, Gilberto Irineu, analisa assim estes números: se as secretarias de Assistência Social estivessem funcionando, além do Bolsa Família, haveria sim condições de se recuperar não apenas as crianças e seus futuros tão cedo comprometidos, como também os adultos. E isso vai longe de uma visão estereotipada: a de que as casas dos pobres tem o pai bêbado, a mãe lavadeira e os filhos chorosos. As drogas quebram o romantismo desta visão idílica da miséria. “Os traficantes tomaram o lugar dos assistentes sociais”.

É uma constatação para os defensores da pena de morte, em casos como o da adolescente, acusada de “colar” lábios e olhos do bebê de três meses. Esse tipo de penalidade era usado (e ainda é, não precisa ser de forma oficial) por uma sociedade eminentemente em crise. Os conceitos elementares foram substituídos pela frondosa Lei de Talião. “No mundo de cabeça para baixo, dão medo até os mais elementares atos de justiça e de bom senso”, disse Eduardo Galeano. E esse mundo não é dos românticos chulos ou ralos. É o dos bárbaros. Eles não são tão novos assim.

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