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Ordem de Lyra é ‘destruir Renan’

As cifras partidárias nas eleições deste ano em Alagoas começam a gerar presságios para uma outra votação, a de 2010. Engana-se que as tratativas não começaram e os caciques políticos não estejam se movimentando para emplacar as peças dos vários xadrezes.Um meio de campo, por enquanto, embolado, mas cenários dos sonhos são traçados.

E engana-se também que o senador Fernando Collor (PTB) amarga o peso da derrota do filho Fernando James (PTB), em Rio Largo, ou do primo Euclydes Mello (PR), em Marechal Deodoro.

Nas contas do deputado federal Augusto Farias (PTB), o “prestígio”, como chama, de Collor, aumentou o leque político. O PTB tinha 14 prefeitos. Com o fechamento das urnas e a definição dos novos chefes do Executivo, os petebistas dominam 19 cidades. “Isso fora as cidades que o Fernando foi e não era do partido, como Piranhas, Murici. Todo político transfere votos, uns mais outros menos”. E Collor transfere mais ou menos? “Não tenho medições para dizer isso”.

Em outros partidos, as eleições também não foram modestas. O senador João Tenório (PSDB) ajudou, em dinheiro, a campanha de aliados. Nas contas políticas, gastou entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões. Criou um colégio eleitoral em 22 cidades. Somadas aos do governador Teotonio vilela Filho (PSDB), sobe para 27.

O senador Renan Calheiros (PMDB) ampliou de 16 para 20 o número de cidades com aliados diretos, afora os “bagageiros”, prefeitos a serem acionados na “última hora”.
Mais municípios, mais opções para 2010, que inclui a disputa ao Governo do Estado, duas vagas ao Senado, nove cadeiras de deputado federal e, em previsões otimistas, a presidência da República, disputada, quem sabe, por um alagoano.

Mas, o céu não é de brigadeiro nas falanges partidárias alagoanas. Por exemplo? Collor é aliado de Renan e do ex-deputado João Lyra, mas terá de escolher entre ambos. Considerando-se a proximidade de Collor e Renan, durante o processo de desgaste do pemedebista em Brasília e a presença de Collor em Murici para apoiar Renan, a vantagem é para o ex-presidente do Senado. “Collor está confortável. Pode escolher Renan ou João Lyra”, avisou Farias. Ele esqueceu que a escolha pode gerar rachas irreparáveis.

O PTB também está desunido com o PSDB, em especial, o governador Vilela. “Desastre nesta eleição é para o PSDB. Não fez candidato a vereador em Maceió e a candidata a prefeita, Solange Jurema, ficou em terceiro lugar. O Governo começou mal, o governador não conversa com a bancada federal, não tem articulador político, é isolado e a turma de baixo atrapalha. O Sérgio Moreira [secretário de Planejamento] e Álvaro Machado [Gabinete Civil] travam o Governo”, ataca o líder da bancada, Augusto Farias. “Não vou responder”, disse Moreira; Machado não foi encontrado.

Pergunta: “Alguém se alia a Governo que não anda?”. A resposta de Farias: “Não”.

Almeida busca união

PSDB e PTB divididos, sobra para o prefeito Cícero Almeida (PP). Nas discussões para 2010 Renan está fora, mas o chefe do Executivo trabalha para atrair a vereadora mais votada da história da Câmara, Heloísa Helena (PSOL). A proposta é: apoiá-la ao Senado, junto ao deputado federal Benedito de Lira (PP). Completam-se as duas vagas para o Senado.

Caso não vingue, vai-se “plano B”: Lira e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) no Senado. Há o “plano C”: convencer o senador João Tenório (PSDB) a disputar uma vaga para federal, a reeleição de Teotonio Vilela Filho e uma nova eleição para Collor: ele “cede” a vaga para o suplente, Euclydes Mello e “ganha” a segunda vaga. O “Senado dos sonhos”: Collor, Renan e Euclydes. Mas, João Lyra não quer o plano C. “A ordem é destruir Renan nas urnas. E inclui nisso dizer que é candidato, mesmo que não seja. Acredito que ele [João Lyra] fica nos bastidores”, disse um dos “liristas”.

No Grupo JL, sempre sem Renan, João Tenório é colocado como carta fora do baralho. “Ele não tem voto. Ninguém joga dinheiro em campanha, sem retorno”, disse outro “lirista”. A composição dos “sonhos” de Lyra: Benedito de Lira, Senado; Cícero Almeida, Governo; João Lyra fica com a outra vaga do Senado.

Tudo isso pode mudar? Sim, se o Governo Téo Vilela mudar os rumos da popularidade até o final deste ano.

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