Os brioches e o circo da crise no Senado

A crise no Senado pertence bem a estes momentos circenses envolvendo não apenas os personagens de Alagoas, mas as condições dos atuais políticos na casa legislativa mais alta do País. Hoje, bem além do fundo do poço, é verdade.
Entre professores de ginástica, empreiteiras, bois, vacas e jatinhos bancados com dinheiro público, vem esta confiança depositada nos políticos. Se isso é um fenômeno alagoano ou brasileiro? Que nada. Um dos maiores grupos de pesquisa de mercado do mundo, o GfK Trust, publicou em junho pesquisa sobre as profissões mais e menos confiáveis: os políticos gozam de confiança em menos de 50% dos pesquisados. Em todo o mundo. Os bombeiros encabeçam a lista.
Isso significa que os bombeiros viraram os heróis de qualquer sociedade. Os políticos carregam a fama que sempre tiveram, desde a Roma Antiga. Contra o circo, o pão da ironia nos Jogos Olímpicos romanos; contra a fome, os brioches da rainha Maria Antonieta.
Entre os coronéis e os homens dos bois do ouro do Senado, a representação do povo vale apenas o que se assistiu ontem. "Que o povo coma brioches", isso para não substituir os "brioches" pelo palavrão de ontem, na vingança do "fica Sarney".