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Para fugir dos presídios, a senha da omissão

A falência do sistema prisional de Alagoas pode ser atestada, quase como uma sentença de morte, ao se ouvir as palavras do presidiário Givanildo Rosa de Sousa, suposto integrante do PCC, capturado este final de semana, depois de fuga na semana passada. “Fugir dos presídios de Alagoas é fácil”. As fugas são fáceis sim porque o desafio de investigá-las ainda não ofereceu respostas concretas ao Governo.
Há três meses, o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) descobriu um esquema de farras nos presídios. Prostitutas e churrascos se misturavam no sistema; claro: havia privilégios porque nem mesmo a carne e o sal grosso eram comprados por qualquer detento. Além do dinheiro, era necessária a omissão e a conivência da gerência do sistema. Conivência esta atestada pelas denúncias de superfaturamento envolvendo integrantes da direção, nunca esclarecidas.
O coronel Dário César, que assumiu a intendência há um mês, não apenas teve de fazer “uma limpeza” nas cadeias; tem o desafio de fazê-las cumprir a Lei de Execuções Penais. O regime semi-aberto não existe mais; não há ressocialização dos presos. A fábrica de bolas e a panificação estão prontas, mas paradas- portanto inúteis. O Hospital de Custódia está na lista de obras que “podem sair ano que vem”. Não há data, portanto.
Semana passada, o juiz Ricardo Jorge deixou a Vara de Execuções Penais. Cansou-se do abandono da estrutura prisional e das reclamações. Via deputados estaduais e federais visitarem a cadeia, durante a prisão dos acusados de desviar verba pública na Operação Pesca Bagre, no Pilar. As melhorias passavam ao largo: de um lado, a Assembleia não consegue lidar com seus próprios criminosos-deputados, enredados na facilidade da imunidade parlamentar; do outro, a bancada federal- lenta e cujos líderes não oferecem respostas nem para os desafios mais simples de Alagoas, apesar do lulismo de carteirinha e uma suposta facilidade de atrair dinheiro ao tal “desenvolvimento”, proclamado como um delírio que só a imaginação consegue alcançar.
Não apenas é fácil fugir das cadeias. É também fácil dizer que elas não existem. E mais fácil ainda não investigá-las. Por que sabe-se que nelas há privilégios entrando no Tribunal de Contas de Alagoas e do Palácio República dos Palmares. Estes “menos fáceis” de investigar.
SEM BATER
O advogado José Costa, no PPS, gravou programa partidário, mas não citou o nome do senador Renan Calheiros (PMDB). É que o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) espera uma composição com o pemedebista.

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